publicado a: 2015-07-15

Compostagem e vermicompostagem auxiliam a transformação de resíduos em insumos agrícolas

Os resíduos de origem animal e vegetal, processados biologicamente, são transformados em composto orgânico e húmus de minhoca

Produzir fertilizante orgânico a custo relativamente baixo é possível sem grande dificuldade, por meio da compostagem ou vermicompostagem. Segundo o investigador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Ivo de Sá Motta, adubos orgânicos alternativos são facilmente produzidos nas propriedades. E a matéria-prima pode ser obtida a partir de restos de frutas, verduras, cascas de ovos e outros tipos de alimentos, assim como de resíduos de palhas, camas de criações, estrume e resíduos agro-industriais. Os resíduos transformados em fertilizantes agrícolas por meio dessas duas práticas reciclam resíduos locais e contribuem para o aumento da capacidade produtiva dos solos.

Esses materiais, no caso da compostagem, são decompostos por microorganismos, como fungos e bactérias, e na vermicompostagem pela ação das minhocas, desde que estejam com a humidade adequada e na presença de ar. Como resultado, são transformados em húmus mais matéria orgânica em humificação.

Como consequência, estão os impactos sociais, económicos e ambientais positivos, já que as famílias rurais poderão produzir seu próprio fertilizante (orgânico), diminuir custos e até mesmo aumentar o rendimento, além de conservar o solo e a água dos rios e dos lençóis freáticos.

Os produtos da compostagem e vermicompostagem podem ser utilizados em diversas culturas intensivos, tais como hortas, pomares, ervas medicinais e aromáticas, floricultura, como adubo orgânico, húmus liquido ou chá de composto e substrato para transplante.


Benefícios

Entre as vantagens no uso da adubação orgânica, estão a melhoria da fertilidade do solo, por fornecer nutrientes para as plantas, assim como nutrientes e energia para os organismos benéficos do solo; o aumento da infiltração e o armazenamento de água, entre outros.

"Podemos dizer que o "composto" e o "húmus de minhoca", melhoram as características químicas, biológicas e físicas do solo. Quando utilizamos o composto (ou húmus) em vez de estrume temos os seguintes benefícios: maior rendimento devido à utilização de restos vegetais, eliminação de sementeira de plantas infestantes e microorganismos patogénicos devido ao aumento da temperatura no interior da pilha durante o processo de decomposição, além de fornecer para o solo/planta um adubo mais elaborado, prontamente disponível para a planta.

Entre os fertilizantes produzidos temos os substratos para mudas, que além de baixo custo por serem produzidos com recursos locais, possibilitam a produção de transplantes com qualidade, em substratos ou sacos plásticos.


Requisitos mínimos

Entre as condições básicas para começar a produção do composto orgânico ou húmus de minhoca, está a escolha do local, que deve ficar exposto ao sol, no máximo, semi-sombreado com árvores. O lugar deve ter disponibilidade de água para irrigação da pilha ou leira, mas não pode estar sujeito a encharcamento, por isso o terreno deve ser ligeiramente inclinado. Deve ser de fácil acesso e próximo das culturas, onde os resíduos orgânicos serão depositados para a montagem das pilhas.

Outro requisito que deve ser mencionado é sobre a diversidade e tamanho dos materiais usados: quanto mais variados e mais triturados os componentes (tamanho máximo de 6 cm), melhor será a qualidade do composto ou húmus de minhoca e a finalização do processo será mais rápida.

Dependendo dos materiais utilizados, é possível ter o produto final pronto em aproximadamente 90 dias. O composto ou húmus deve ter cor castanha escura, cheiro agradável a terra, aspeto "gorduroso" e consistência friável ou que se fragmenta com a pressão dos dedos. Depois de pronto, o fertilizante deve ser utilizado logo em seguida, ou então desde que possível armazená-lo protegido do sol e da chuva para manter a sua qualidade.


Curiosidade - A compostagem é uma técnica milenar, praticada pelos chineses há mais de cinco mil anos. Albert Howard "pai da agricultura biológica" aperfeiçoou a técnica já no século XX, década de 1940, em Indore na Índia.


Fonte: Embrapa

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