publicado a: 2017-09-18

Aumentar os flavonoides no vinho de forma natural? Já é possível

Um grupo de investigadores espanhóis descobriu um novo processo que potencia de forma natural as propriedades bio-saudáveis dos vinhos extraídos de uvas autóctones. O grupo de investigação vinícola da Missão Biológica da Galiza, do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e as adegas Terras Gauda desenvolveram um processo tecnológico que potencia de forma natural as propriedades dos vinhos ao aumentar substancialmente a concentração de flavonoides extraídos da uva. Este processo está protegido sob a figura de segredo industrial de titularidade mista.

“Os flavanoides são um tipo de polifenóis em que se incluem as catequinas, as epicatequinas, ésteres de ácido gálico e outro grupo de compostos que derivam dos primeiros, e que se englobam sob o nome comum de proantocianidinas”, explica a investigadora do CSIC na Missão Biológica da Galiza, Carmen Martínez Rodríguez. Aquela cientista acrescenta que “dentro de este último grupo se destacam as procianidinas B1 e B2. Todas elas “de provado efeito benéfico para a saúde humana”.

Segundo uma nota de imprensa do CSIC, graças ao projecto de investigação Biofunciogal, um estudo científico permitiu pela primeira vez elevar de forma natural a concentração de flavanoides nos vinhos das três variedades brancas de videiras autóctones que cultiva a Terras Gauda: Alvarinho, Loureiro e Caíño Branco (Azal tinto).

Aumentos de mais de 1.000 vezes

O vinho Alvarinho foi o que apresentou os níveis mais altos, com mais de 160.000 ng/ml, e o que evidenciou uma maior diferença entre o vinho de controlo e o submetido ao processo de enriquecimento. Seguiram-se os do Loureiro (mais de 120.000 ng/ml) e os do Caíño Branco (mais de 100.000 ng/ml). Quantidades que supõem, em alguns casos, aumentar até mil vezes a concentração de flavanoides graças ao conhecimento das variedades desenvolvido durante os muitos anos de colaboração entre a Missão Biológica da Galiza-CSIC e a Terras Gauda, assim como do solo onde se cultivam, do manejo que requer cada variedade e dos diferentes processos de elaboração.

Este inovador processo, co-financiado pelo Centro para o Desenvolvimento Tecnológico Industrial, foi levado a cabo nos vinhedos da adega de Terras Gauda a partir de amostras de 2015 e 2016. “Não se produzem desvios ao nível organoléptico em relação ao vinho de controle procedente da mesma uva”, explica Emilio Rodríguez, director enológico da Terras Gauda. “Além disso, em alguns dos parâmetros de degustação analisados, podemos considerar que se melhora”, garante aquele responsável.

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