publicado a: 2016-05-23

Crescimento da cortiça afetado pelas alterações climáticas

As alterações climáticas estão a afetar o crescimento da cortiça, após um ano de seca o crescimento diminui significativamente. É esta a conclusão de um estudo levado a cabo pelo Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia, de Lisboa, que está neste momento em fase de pré-publicação na revista Climatic Change. Uma investigação onde foi analisada a resposta do crescimento da cortiça à ocorrência de eventos de seca.

Segundo o artigo “Sensitivity of cork growth to drought events: insights from a 24-year chronology”, o crescimento da cortiça está limitado pelas condições de seca que ocorrem no ano anterior. Num contexto de alterações climáticas e aumento da frequência das secas, é expectável uma diminuição do crescimento da cortiça com implicações na adequação industrial da matéria-prima e, portanto, com impacto na economia global do setor.

Mas há também boas notícias. Quando as condições de seca terminam, a cortiça responde rapidamente recuperando o seu ritmo de crescimento, sendo de salientar a grande capacidade de resposta em relação à precipitação de primavera.

Neste estudo foi desenvolvida uma cronologia padrão com 24 anos para a região mais importante de produção de cortiça do País (Coruche e concelhos limítrofes) e foi analisado o efeito das secas severas de 1995, 1999 e 2005. O artigo sublinha ainda que as alterações climáticas são uma realidade: a temperatura média aumentou, os padrões da precipitação estão a mudar, os glaciares derretem e o nível médio das águas do mar sobe. O sul da Europa e a bacia do Mediterrâneo estão entre as regiões europeias particularmente vulneráveis às alterações climáticas principalmente devido ao aumento das vagas de calor e da seca.

Este estudo contou com a colaboração da Associação de Produtores Florestais do Concelho de Coruche e Limítrofes.


Fonte: Naturlink

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