publicado a: 2017-07-31

Venda de fungicidas caiu 37% em 2015

A DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária acaba de publicar o relatório de “Vendas de Produtos Fitofarmacêuticos Portugal – 2015”, no qual revela que o setor registou uma queda de 22%, em grande parte devido à queda nas vendas de fungicidas, em 37%, um decréscimo de cerca de 3.055 toneladas.

Nos herbicidas, a substância ativa glifosato, com um peso de cerca de 70% no volume de vendas de herbicidas, continuava a ser a mais comercializada dos herbicidas.

O volume de vendas de produtos fitofarmacêuticos ocorrido durante o ano de 2015 totalizou cerca de 10 toneladas, expressos em substância ativas (s.a.), o que se traduz num decréscimo de cerca de 22% relativamente ao ano de 2014. No seu conjunto, fungicidas, herbicidas e inseticidas totalizaram cerca de 80% do total de produtos fitofarmacêuticos vendidos.

Realça o relatório que os fungicidas representaram cerca de 52% do total das vendas, das quais o enxofre perfaz cerca de 25%, correspondendo a 49% do valor total de fungicidas comercializados e cerca de 80% dos fungicidas inorgânicos comercializados.

A venda de herbicidas representou cerca de 21% do total das vendas e os insecticidas/acaricidas, agora incluindo os óleos minerais dada a sua especificidade de utilização exclusiva como inseticida, aproximadamente 7 pontos percentuais.

Os restantes produtos fitofarmacêuticos representaram cerca de 20% do total do volume de produtos fitofarmacêuticos vendidos.

A 31 de Dezembro de 2015, estavam titulados com autorização de venda em Portugal 1.050 produtos fitofarmacêuticos (excluindo os que se encontravam em esgotamento de existências) com base em 265 substâncias activas.

Herbicidas

A venda de herbicidas, em 2015, ascendeu a 2,12 toneladas evidenciando uma diferença negativa relativamente a 2014 de cerca de 288.229 kg, o que corresponde a um decréscimo de cerca de 12%.

As vendas de fenoxi-fitohormonas apresentaram um acréscimo de cerca de 14% em relação ao ano anterior. Quanto a vendas de outros herbicidas, que neste relatório incluem triazinas e triazonas, amidas e anilidas, carbamatos e biscarbamatos, dinitroanilinas, ureias, sulfonilureias e uracilos e todos os restantes herbicidas, quando comparadas com 2014, mostraram uma descida de cerca de 12,6%. A s.a. glifosato, substância ativa com um peso de cerca de 70% no volume de vendas de herbicidas, continua a ser a s.a. mais comercializada dos herbicidas, em 2015.

Inseticidas

Em 2015, a venda de inseticidas e acaricidas apresentou uma ligeira diminuição, de cerca de 1,1%, em relação a 2014. De realçar que o volume de vendas de inseticidas/acaricidas, à exceção de um pequeno acréscimo em 2009, tem vindo a decair consistentemente nos últimos anos.

Fungicidas

O enxofre, representando 80,4% do volume de vendas de fungicidas inorgânicos, contribuiu com 49% da totalidade de fungicidas e representou 25,4% do total das vendas de produtos fitofarmacêuticos. O valor global de enxofre vendido apresentou uma significativa variação em relação a 2014 tendo registado uma descida de 56% o que significou um decréscimo de cerca de 3.198 toneladas.

O grupo dos carbamatos e ditiocarbamatos correspondeu a 19% do total de fungicidas vendidos no ano de 2015. O volume de vendas total de fungicidas, excluindo o enxofre, corresponde a 2 649 502 Kg o que, comparado com a mesma diferença em 2014, representa uma variação positiva de 5,7 %.

A colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos pelos titulares das respetivas autorizações está associada ao dever de comunicação às autoridades competentes, das vendas efetuadas àqueles produtos, nos termos da legislação comunitária e nacional relativa às estatísticas sobre produtos fitofarmacêuticos.

A DGAV salienta que este relatório “não inclui estatísticas na verdadeira aceção do termo, agregando, apenas, dados fornecidos por diversas fontes. Sendo os dados globais, não existe, anualmente, variabilidade, variância ou qualquer medida de dispersão que permita extrapolação ou previsão”. E acrescenta que “a própria variação entre anos, estando associada à evolução de práticas agrícolas está, também, subjacente a diversas variáveis como o efeito climatérico, o efeito de mercado e da capacidade económica do operador agrícola ou utilizador de produtos fitofarmacêuticos e até à dinâmica do mercado, com a introdução de novas moléculas”.

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