publicado a: 2016-03-11

Análise semanal dos mercados - 7 a 10 março

7 março

Nova descida de preços dos cereais nos mercados, sobretudo, devido às muito boas perspectivas de colheita este ano em toda a Europa do norte. A nota positiva vem do Egipto, que já anunciou que vai alterar as suas inspecções ao trigo e assim dar abertura à importação de trigo francês.

No mercado americano ligeira recuperação do preço dos cereais, devido ao anúncio de algum stress hídrico em zonas de produção de trigo.

Em Chicago, a soja terminou a semana com fortes ganhos, devido a dois factores, por um lado a desvalorização do dólar e por outro lado o anúncio de muito bons resultados das exportações de grão norte-americano.

No mercado do Mar Negro de registar o forte volume de exportações, com a Ucrânia a fechar a semana exportando 580.000 toneladas de milho e 200.000 toneladas de trigo e a Rússia 470.000 toneladas de trigo e 110.000 toneladas de milho.

Estes países continuam a ser muito competitivos no mercado mundial de cereais.


8 março

Recuperação do preço dos cereais esta semana, depois de uma semana negra. Os mercados animaram-se com a subida do preço do barril de petróleo.

Também a nível das exportações, a Síria está no mercado para comprar 200.000 toneladas de trigo e a Argélia quer comprar cevada. O mercado do Egipto parece vir a estar novamente aberto, depois da crise dos excessivos controlos de qualidade.

Neste momento, o estado vegetativo das culturas de Inverno é muito avançado na Europa.

No mercado americano registou-se muito pouco movimento, com os operadores a aguardarem o relatório mensal da USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que vai sair amanhã. Mesmo assim, a soja voltou a registar altas de preço, uma vez que com a desvalorização do dólar, o grão americano ganhou mais competitividade face ao brasileiro.

No mercado do Mar Negro de registar as elevadas temperaturas para a época, registadas na Ucrânia e sul da Rússia, que está a favorecer o desenvolvimento das culturas de Inverno, esperando-se boas produtividades.


9 março

Pouca evolução do preço dos cereais nos mercados europeus, pois todos os operadores aguardam o relatório da USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que sairá esta tarde.

Não parece, no entanto, que possam vir a acontecer subidas de preços, uma vez que o nível de stocks continua muito elevado e as previsões de produções para esta colheita são muito boas.

No mercado americano situação idêntica, com os fundos estarem muito cautelosos face ao relatório mensal da USDA, que irá influenciar a sessão de hoje da bolsa de Chicago.

No mercado do Mar Negro de registar a posição das autoridades russas, que anunciaram que até ao mês de Junho não irá modificar o sistema de taxas à exportação do trigo, o que está a influenciar negativamente o mercado mundial do trigo.


10 março

Estabilidade de preços nos mercados europeus, uma vez que o esperado relatório mensal da USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos) não veio trazer elementos novos.

Como se esperava, os stocks mundiais de trigo foram revistos ligeiramente em baixa, devido à produção na Índia e na Austrália, mas mantêm níveis elevados, o que continua a pressionar os mercados.

A produção europeia foi revista em ligeira alta, o que faz pensar que se não houver qualquer acidente climatérico vamos ter nova colheita abundante e a pressão para a baixa do preço dos cereais será ainda maior.

No mercado americano estabilidade para o valor do trigo, enquanto que o milho registou uma descida, sobretudo, devido aos baixos valores de produção de etanol. Assim, os fundos estiveram vendedores de 5.000 lotes de milho e compradores de 4.000 lotes de trigo e 5.000 lotes de soja.

A soja teve ligeira subida, pois a falta de novidades no relatório da USDA acabou por trazer suporte ao mercado. Apesar das previsões apontarem para um ligeiro aumento dos stocks nos Estados Unidos, os valores estiveram dentro das perspectivas dos analistas.

No mercado do Mar Negro as temperaturas amenas estão a levar a um rápido avanço das sementeiras da Primavera, esperando-se que a área semeada venha a ser maior que em 2015.


Fonte: Agroinfo

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