publicado a: 2015-02-10

Exportações de alimentos e bebidas portuguesas crescem 6,5%

Entre as principais categorias, os produtos agrícolas e transformados foram dos que mais cresceram. Vendas de fruta e carne dispararam mais de 20%

O sector da alimentação e de bebidas foi um dos que maior dinamismo mostraram nas exportações em 2014: as vendas para o estrangeiro cresceram 6,5%, em comparação com o ano anterior.

De acordo com os dados divulgados, nesta segunda-feira, pelo INE, o comércio de bens alimentares somou 5145 milhões de euros, o que corresponde a uma fatia de 10,7% do total das exportações do país. Este é um ligeiro aumento face a 2013, quando o sector agrícola e alimentar representava 10,2% do valor global.

O maior crescimento das vendas deu-se entre os produtos primários, ou seja, não transformados: conseguiram comercializar mais 16% para o estrangeiro do que em 2013, somando um total de 1422 milhões de euros. É o aumento mais expressivo entre as grandes categorias económicas identificadas pelo INE.

Olhando para o caso da fruta, por exemplo, regista-se uma subida expressiva de 27%. Em 2013, os produtores venderam frutas no valor de 340 milhões de euros e, no ano passado, conseguiram colocar 433 milhões de euros no estrangeiro. Estes valores referem-se aos produtos incluídos pelo INE na categoria de “frutas, cascas de citrinos e de melões”. As exportações de peixe também aumentaram 15% para 673 milhões de euros. Já na carne, as vendas totalizaram os 211 milhões de euros, mais 21%.

Contudo, em termos de valor, é a indústria transformadora (onde está incluída a produção de cerveja ou de conservas, por exemplo) que mais vende para fora de portas: 3723 milhões de euros. Face a 2013, estas empresas conseguiram exportar mais 3,3%. Analisando mais à lupa a lista dos produtos, regista-se um crescimento de 7% nas vendas de bebidas e vinagres, para quase 1,2 milhões de euros.

A exportação de máquinas e acessórios também mostrou um desempenho positivo, crescendo 4,7% para 6246 milhões de euros. No material de transporte, onde a Autoeuropa tem um contributo decisivo, o comércio aumentou 1,9% para 7064 milhões de euros. No caso específico dos automóveis, o crescimento foi de 7,1% para 1979 milhões de euros.

O movimento inverso deu-se nos combustíveis e lubrificantes: as exportações derraparam 19% para 3850 milhões de euros.


Vestuário em alta

No vestuário e confecção, houve espaço para crescer 9,5%. O sector vendeu 2783 milhões de euros em produtos ao estrangeiro e, desde 2009, as receitas obtidas com os mercados externos cresceram 29%.

A Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV) diz que este crescimento se deve a um “comportamento dinâmico e competitivo das empresas no plano internacional, para onde se dirigem mais de 70% das vendas do sector”. O saldo da balança comercial é positivo em 967 milhões de euros.

“É um sector maduro, que apresenta como principais pontos fortes a proximidade geográfica ao mercado europeu e o conhecimento acumulado proveniente da longa tradição do sector”, escreve a associação, em comunicado. Nos últimos anos, o investimento das empresas esteve focado na redução dos prazos de entrega, factor “determinante para ganhar quota de mercado aos seus principais concorrentes internacionais”.


Fonte: Público

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