publicado a: 2015-02-20

O futuro da agricultura passa pela tecnologia

A agricultura tem um grande desafio no futuro, ou seja, alimentar 9,6 mil milhões de bocas, que é a população prevista para o nosso planeta em 2050.

Para que não haja fome, a produção agrícola deve aumentar 70%. Este número põe um problema muito grave, pois com as condições normais de produção, a agricultura é o maior consumidor de água do mundo (cerca de 70%) e este aumento pode não ser possível nas condições actuais, por falta de água e, também, pelo consequente impacto no clima que iria ter.

A solução apontada são as quintas inteligentes, que utilizam as novas tecnologias para aumentar a produtividade e, sobretudo, a eficiência. São as chamadas “Smart Farms”, que praticam a chamada “Precision Agriculture”.

Actualmente, já existe a possibilidade de monitorizar uma grande série de dados das culturas, permitindo uma optimização do uso da água e, também, dos adubos e pesticidas.

Também ao nível da produção animal já existem sensores que alertam para o estado do animal, por exemplo, se uma vaca está em cio, permitindo maior eficiência da produção.

O maior problema coloca-se ao nível do custo destes equipamentos, que acabam por só ser rentáveis nas grandes explorações.

A redução dos montantes de tesouraria de muitos agricultores, devido à baixa de preços nos últimos anos, também se torna um óbice à sua aquisição.

A União Europeia tem financiado vários projectos de investigação e vai continuar a fazê-lo, dentro do programa Horizonte 2020. Um dos programas em curso é o EU-PLF (Precision Livestock Farming), que pretende optimizar a produção pecuária.

Algumas empresas privadas também estão a desenvolver projectos, tais como Anemon (Suíça), Cow (Reino Unido) e Connected Cow (Holanda).

Também os fabricantes de máquinas, tais como John Deere, CNH Global, Class, entre outros, estão a investir neste sector.

Com a concentração das explorações agrícolas e a formação de grandes unidades, começa a questionar-se qual o papel dos gigantes da biotecnologia, como a Monsanto, a Dupont, etc., que podem vir a ter um papel dominante, controlando inclusive essas grandes unidades.

O desafio é grande, mas a utilização das últimas tecnologias é fundamental, para fazer face a um mercado cada vez mais competitivo.

Fonte: Agroinfo

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