publicado a: 2021-01-19

Sabe como é que as horas de frio influenciam as fruteiras?

Porque caem as folhas em algumas árvores, incluindo de fruto?

Nos climas em que há alternância de estação fria e quente, muitas plantas desenvolveram um mecanismo de defesa, reduzindo a sua área exposta ao frio e o seu metabolismo durante o período mais desfavorável. É o caso das pomóideas (macieira, pereira, marmeleiro) e das prunóideas (pessegueiro, ameixeira, damasqueiro, cerejeira). Antes das folhas caírem, retiram os nutrientes aí acumulados (daí a alteração de cor e textura destas) e armazenam-os nos troncos e ramos, que persistem para o ano seguinte. Este fenómeno já foi referido anteriormente a propósito da nutrição das árvores. Poderão ser também utilizados produtos para provocar a queda das folhas e acelerar o início do processo.

Como se quebra a dormência?

A partir do momento em que a planta entra em repouso, é necessário que haja um sinal para que esta acorde e se prepare para o reinício do ciclo com o abrolhamento, na Primavera. Este sinal depende de vários fatores, sendo o número de horas (ou unidades) de frio a que a planta está sujeita aquele que é considerado mais importante.

O que são necessidades de frio?

Nesta altura do ano é importante saber se foram ou não satisfeitas as necessidades em frio das culturas. Há alguma discussão sobre o cálculo destas necessidades, considerando-se que a acumulação de frio pode ou não ser revertida. Mas é mais ou menos consensual que deve ser somado o número total de horas em que a temperatura do ar esteja abaixo de um valor crítico (para o caso da Pereira cv. Rocha, 7.2ºC). Segundo especialistas referidos numa publicação do Agrozapp:

Para que a floração e a maturação da cultivar ‘Rocha’ decorram com normalidade é necessário que ocorram entre 1 de outubro e 15 de fevereiro, 550 horas de frio.

O que fazer quando as necessidade de frio não estão satisfeitas?

Quando o valor total de horas de frio não atinge um valor crítico este poderá ser compensado com a aplicação de produtos para provocar a quebra da dormência. No mesmo artigo é chamada a atenção para uma nova realidade, para a tendência dos últimos anos.

Diferentes especialistas em alterações do clima referem que perante o cenário das alterações climáticas a tendência será para que no futuro o ciclo das culturas seja mais curto, devido ao aumento da temperatura média do ar. Referem ainda que se corre o risco de algumas fruteiras deixarem de se poder cultivar na região onde atualmente encontram as melhores condições ecológicas, isto devido aos invernos serem cada vez mais amenos com menor acumulação de horas de frio (MAMAOT, 2013).

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