publicado a: 2021-04-27

Praga de gafanhotos "muito rara" invade o Líbano

O Líbano está a ser invadido por uma praga de gafanhotos que está a ameaçar o setor agrícola. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica esta praga como “muito rara”, tendo sido causada por uma mudança de direção do vento.

Helicópteros do exército estão a ajudar os agricultores a combaterem a praga de gafanhotos, ao pulverizar as terras no nordeste do Líbano.

Até ao momento não houve relatos de grandes perdas agrícolas, mas o Ministério da Agricultura alerta que os ventos podem conduzir os gafanhotos para o sul do país, apesar de já terem conseguido matar um grande número destes insetos.

"Conseguimos, em pouco tempo, destruir um grande número [de gafanhotos], mas alguns escaparam e ainda existem em grandes quantidades, principalmente na área de Hermel em Marjaheen", disse o ministro interino da Agricultura, Abbas Mortada, à agência Reuters.

A região de Baalbek-Hermel, no nordeste do Líbano, vive principalmente da pecuária, tendo apenas algumas plantações de cerejas afetadas pela praga de gafanhotos. O sul do país poderá, no entanto, ser mais ameaçado, uma vez que se caracteriza por uma maior área agrícola, o que pode levar a maiores prejuízos monetários.

“Estamos pontos para qualquer coisa que possa ocorrer”, disse o responsável pelo Ministério da Agricultura, que está em alerta máximo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que esta ocorrência é “muito rara” na região, justificando-se pela mudança de direção do vento, que conduziu os gafanhotos da Arábia Saudita para a Jordânia e daí para a Síria e o Líbano.

A praga de gafanhotos, que poderá provocar grandes prejuízos monetários com a perda de colheitas, é a última de uma longa lista de desafios para o Líbano, que está a enfrentar a pior crise financeira em décadas agravada pela pandemia, com uma depreciação inédita da moeda (a libra libanesa perdeu mais de 80 por cento do seu valor facial face ao dólar), hiperinflação, despedimentos maciços e restrições bancárias drásticas.

Maurice Saade, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura no Líbano, garante, no entanto, que a praga “até agora está sob controlo” e não existem motivos para alarme.

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