publicado a: 2016-07-14

Água, a receita portuguesa para produzir mais e melhor azeite

A investigação descobriu que a rega deficitária do olival tem benefícios na quantidade e qualidade da produção

Investigadores nacionais descobriram como produzir mais e melhor azeite, ao mesmo tempo que economizam na água, fazendo face à escassez de recurso hídricos. O estudo é do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da Escola Superior Agrária de Bragança (ESAB),da Universidade de Évora e do Instituto de Ciências Tecnológicas Agrárias e descobriu que a rega deficitária do olival tem benefícios na quantidade e qualidade da produção.

A conclusão foi alcançada depois dos investigadores terem avaliado os "efeitos de diferentes estratégias de rega deficitária em comparação com a rega máxima nas relações hídricas da planta", bem como "os efeitos da estratégia de rega na eficiência da colheita mecânica da azeitona e na erosão hídrica do solo". Os investigadores portugueses constataram que "os parâmetros físico-químicos de qualidade do azeite, como a acidez, o índice de peróxidos, entre outros, não são afetados pelo tipo de rega". Observaram, porém, diferenças significativas a outros níveis, que podem determinar um futuro uso desta técnica com vista à produção de melhor azeite. "O teor em polifenóis foi superior nos tratamentos de rega deficitária, o que se traduz em azeites mais amargos e picantes", explica Anabela Fernandes Silva, investigadora do CITAB, em comunicado.

Além disso, o conteúdo em azeite obtido foi superior quando a quantidade de água de rega foi reduzida para metade, o que poderá ser um mecanismo da planta para recuperar a produção em azeite, sugerem os investigadores.

Os cientistas já explicaram o estudo aos responsáveis de instituições e empresas ligadas à agricultura. Começaram em Vila Flor e querem chegar a mais pessoas. "A divulgação vai permitir aos agentes da fileira a adoção de medidas enquadradas na melhoria dos rendimentos, da produção e da qualidade do olival e da azeitona", acredita Anabela Fernandes Silva.


Fonte: Expresso

Comentários