publicado a: 2015-04-21

O Alqueva foi talvez a obra mais importante para a agricultura portuguesa dos últimos 30 ou 40 anos

O Alqueva "foi talvez a obra mais importante para a agricultura portuguesa dos últimos 30 ou 40 anos" e é graças a ele que será possível aumentar a produção nacional, acredita o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Para João Machado, a transformação de 120 mil hectares de sequeiro em 120 mil hectares de regadio, quando a obra estiver concluída, em 2016, vai significar "um aumento de produtividade brutal".

A infraestrutura do Alqueva absorveu "uma boa parte do investimento que foi feito na agricultura portuguesa nos últimos anos" e será fundamental para acompanhar a procura dos mercados externos que estão a ser abertos.

Só por isso, "Portugal vai produzir muito mais e muito mais coisas", garantiu o dirigente da CAP, em entrevista à Lusa.

"Vamos ver nascer culturas que não estavam lá, que não podiam existir porque não tinham água e que têm tantos destinatários como aqueles que vamos vendo neste momento, desde o olival, onde nos últimos cinco ou seis anos nos tornamos autossuficientes, no azeite, até à vinha que também é regada, até aos hortícolas, ao tomate de indústria, ao milho ou a fruta, que até há uns anos atrás não existia no Alentejo", apontou João Machado.

"Tudo o que fizemos até hoje é metade do que vamos ter daqui a um ano" quando for concluída a totalidade do perímetro de rega, que vai chegar na atual campanha aos 88 mil hectares, acrescentou.

O investimento vai acelerar "desde que haja área disponível" e é maioritariamente nacional.

"O investimento (...) é maioritariamente português", adiantou o dirigente da confederação, sublinhando que muitos estrangeiros voltaram a vender a propriedade aos antigos donos, que eram portugueses.

"Há muito mais espanhóis a venderem a portugueses do que espanhóis novos a entrar na plantação de olival", afirmou João Machado.

Segundo o líder da CAP, "em Portugal nunca houve falta de investimento na agricultura. Bateram-se sempre de ano a ano todos os recordes dos anos anteriores".

Um ritmo de investimento que se deverá manter nos próximos anos.


Fonte: Notícias ao minuto


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