publicado a: 2019-03-22

Angola incluída em financiamento da UE de 12 milhões de euros para investigação agrícola

Angola vai receber parte de um financiamento global de 12 milhões de euros para a investigação no setor agrícola disponibilizado pela União Europeia. Segundo Danilo Barbero, que participou numa mesa redonda sobre agricultura no âmbito do Projeto de Desenvolvimento de Competências para a Inovação dos Sistemas Agrários (CDAIS), que decorreu esta quarta-feira, em Luanda, a União Europeia (UE) tem um acordo de cooperação com o Governo de Angola, no qual o setor da agricultura é prioritário.

«O Governo angolano já manifestou as suas prioridades e o setor agrícola é um dos que deve contribuir na transformação e na diversificação da economia em Angola», referiu o responsável da UE.

De acordo com a mesma fonte, para tornar o desejo angolano uma realidade «é necessário implementar políticas inovadoras e também reforçar a inovação e a pesquisa na agricultura».

Por outro lado, frisou Danilo Barbero, a UE considera também o desenvolvimento da agricultura em Angola uma oportunidade para empresas europeias, através da criação de parcerias, num quadro de cadeia de valores que está a ser discutida entre o Governo angolano e a organização europeia para o próximo acordo de cooperação, que deverá começar em 2021 e terminar em 2027.

«Este evento é uma atividade que se realiza no quadro deste projeto CDAIS (sigla em inglês) de Desenvolvimento de Capacidades para a Inovação dos Sistemas Agrícolas. Neste âmbito, este projeto está financiado através de uma subvenção de uma quantia total de 12 milhões de euros», realçou, sem especificar.

A referida subvenção é realizada através de um contrato entre dois parceiros globais, designadamente uma rede de 31 universidades europeias e o Fundo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), com a qual a UE tem uma parceria global ligada com a segurança alimentar e desenvolvimento agrícola.

De acordo com Danilo Barbero, o projeto, iniciado em 2015 e cujo prazo de duração foi estendido até finais deste ano, está a ser realizado em oito países de África, como Angola, Etiópia, Níger e Ruanda, da Ásia, são eles Bangladesh e Laos e da América inclui Guatemala e Honduras.

«O projeto tem como objetivo principal desenvolver parcerias para reforçar a capacidade de inovação agrícola, parceria baseada em projetos piloto que se realizam em cada um dos países beneficiários», disse.

Em Angola, avançou o responsável da organização europeia, o projeto identificou a necessidade de reforçar as capacidades no setor da inovação, identificou também cadeias de valores, nas quais realizou projetos piloto, em áreas como o empreendedorismo rural.

Por sua vez, a representante da FAO no encontro, Gherda Barrero, manifestou o empenho da Organização das Nações Unidas em continuar a apoiar o Estado angolano no fortalecimento do setor de sementes em prol do desenvolvimento do setor agrícola.

Gherda Barrero lembrou que a FAO é uma organização com uma longa experiência no desenvolvimento de sistemas de inovação agrícola nas regiões tropicais, com foco na agricultura familiar, e «vai continuar a apoiar» o Governo de Angola, em particular o Ministério da Agricultura e Florestas, para «alcançar o desenvolvimento sustentável no roteiro de uma parceria renovada para a erradicação da pobreza em África até ao ano 2025».

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