publicado a: 2019-12-10

Barragem do Pisão vai ser uma "realidade", assegura ministra

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu que a construção da Barragem do Pisão, no Crato, distrito de Portalegre, "vai ser uma realidade", sublinhando que já existe financiamento para desenvolver os trabalhos preparatórios.

Que não haja qualquer equívoco. Foi garantido pelo senhor primeiro-ministro, eu apenas sublinho o que o senhor primeiro-ministro garantiu, que a Barragem do Pisão iria ser uma realidade e estamos a trabalhar nisso", disse.

A governante, que falava aos jornalistas em Campo Maior, no distrito de Portalegre, à margem da apresentação do projeto do Centro de Inteligência Competitiva, iniciativa que vai contar com um investimento superior a 991 mil euros, adiantou que já existe financiamento para desenvolver os trabalhos preparatórios para a construção da albufeira.

"Aliás, já há até financiamento para os trabalhos preparatórios. Como sabem, é preciso estudo de impacto ambiental e, portanto, temos de fazer vários estudos até se iniciar a obra, e já há financiamento para esses trabalhos preparatórios", sublinhou.

"É um daqueles projetos que também é estruturante neste território e que ajudará outros projetos que já existem no território", acrescentou.

A Barragem do Pisão deverá contar com um investimento total de 168 milhões de euros, devendo o projetoestar concluído em 2027.

Além do investimento de 168 milhões de euros, acresce ainda um outro investimento de 50 milhões de euros para regadio que deverá abranger uma área de "10 a 12 mil hectares", segundo disse em junho aos jornalistas o então ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

A Barragem do Pisão, que vai contar com um espelho de água de sete quilómetros quadros poderá produzir energia suficiente para abastecer 75% da população do distrito de Portalegre.

A água de abastecimento público terá mananciais anuais de cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos.

A energia elétrica produzida através da central solar fotovoltaica com potência de 150 megawatts (MW) é capaz de gerar cerca de 275 gigawatt-hora (GWh) com entrega à rede através da linha de alta tensão existente.

De acordo com o resultado apresentado por um grupo de trabalho criado por várias entidades, este é um empreendimento "técnica-financeira-ambiental" e "socialmente viável", que projeta uma área de rega de 12 mil hectares (agricultura), dispondo de 67 mil metros cúbicos de água anuais para esse efeito.

"Produzirá 275 GWh/ano e perspetiva uma receita de 25,2 milhões de euros por ano, através de uma central solar fotovoltaica a ser instalada numa área de dois quilómetros quadrados", conclui o grupo de trabalho.

O Governo anunciou em junho que aprovou o relatório do grupo de trabalho que avaliou a viabilidade técnico-financeira do projeto hidráulico de fins múltiplos da Barragem do Pisão.

O grupo de trabalho foi constituído por um representante do ministro Adjunto e da Economia, que coordenou, e elementos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, da Direção-Geral de Energia e Geologia, do Grupo Águas de Portugal, da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo.

Este projeto hidroagrícola prevê a submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes.

A Barragem do Pisão, no Alto Alentejo, já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

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