publicado a: 2020-04-17

Governo pagou €60 milhões aos agricultores em adiantamentos

Verba foi atribuída na sequência dos pedidos de adiantamento no âmbito dos programas de desenvolvimento rural, operacionais de frutas e legumes e de apoio ao sector vitivinícola, face à covid-19

Governo pagou 60 milhões de euros aos agricultores, na sequência dos pedidos de adiantamento no âmbito dos programas de desenvolvimento rural (PDR), operacionais de frutas e legumes e de apoio ao sector vitivinícola, face à covid-19, foi anunciado.

"O sector agrícola tem já várias medidas implementadas. Os adiantamentos a pedidos de pagamento no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, dos programas operacionais das frutas e legumes e do programa nacional do sector vitivinícola [totalizam] 60 milhões de euros pagos até ao dia de hoje", indicou a ministra da Agricultura, durante uma audição na comissão parlamentar de Agricultura e Mar.

Maria do Céu Albuquerque, que iniciou a sua intervenção garantindo que a prioridade do ministério e do Governo é assegurar o funcionamento dos sectores agrícola e agroalimentar, acrescentou que foram flexibilizados os procedimentos entre os organismos do Ministério da Agricultura e os agricultores, por exemplo, através do prolongamento dos prazos de candidaturas a apoios.

Adicionalmente, o Governo procedeu à retirada do mercado de alguns frutos para equilibrar a oferta, apoiando os produtores em causa, entregando estes alimentos a instituições particulares de solidariedade social e ao Banco Alimentar.

Para acompanhar o impacto da pandemia no setor, foi também criado, em conjunto com o Ministério da Economia, um grupo de acompanhamento e avaliação das condições de abastecimento e do retalho, bem como um grupo interno no Ministério da Agricultura para acompanhar funcionamento da cadeia alimentar.

"Procurando responder a este contexto foi elaborado um plano de medidas excecionais. Este plano resulta de um conjunto alargado de contribuições, que inclui a auscultação dos grupos de trabalho e das confederações do setor agrícola", sublinhou a líder do Ministério da Agricultura.

Conforme apontou a governante, o setor ficou assim abrangido por um conjunto de medidas de apoio à tesouraria, como linhas de crédito, inicialmente de 200 milhões de euros e que, atualmente, ascendem a seis mil milhões de euros.

No âmbito destas, e no que se refere ao setor, foram já aprovadas 68 candidaturas, que representam 31 milhões de euros.

Adicionalmente, o executivo introduziu a possibilidade de os trabalhadores em regime de 'lay-off' (suspensão temporária dos contratos ou redução do horário de trabalho) simplificado poderem desenvolver atividades remuneradas no setor agrícola.

"Portugal foi o primeiro país a regularizar a situação dos trabalhadores imigrantes para poderem ter acesso a apoio social e garantirem a continuidade no nosso país", notou.

No início da audição, o deputado João Dias, do PCP, partido que solicitou a audição da ministra da Agricultura, defendeu ser "complexa" a atual situação do escoamento dos produtos alimentares, vincando ser "fundamental" uma resposta eficaz do Governo.

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