publicado a: 2018-12-20

ICNF coordena prevenção na época fria com meios da Proteção Civil

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas vai coordenar as forças da Proteção Civil na prevenção de incêndios, na época fria, adiantou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

Em declarações à Lusa, Miguel Freitas adiantou que na diretiva que está a ser construída para 2019 existem dois pilares: um comando na época fria, na componente da prevenção, que terá como coordenador o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), e um na época quente, que terá a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) como a entidade coordenadora na componente de combate, «como acontece tradicionalmente».

De acordo com o governante, que falava à margem da primeira de seis operações de estabilização de emergência, que decorreu esta terça-feira em Silves, previstas para aquele concelho e para o de Monchique, o objetivo passa pela redução de custos e por uma maior aposta na prevenção em detrimento do combate.

A partir deste momento, o ICNF «que já tinha meios próprios, como o corpo nacional de agentes florestais e a coordenação das equipas de sapadores florestais», vai agora contar também com o contributo do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) e da Força Especial de Bombeiros, sublinhou.

«Estas forças vão estar na época fria sobre a coordenação do ICNF nas ações de prevenção, sempre em estreita colaboração com a ANPC», explicou Miguel Freitas, salientando que no próximo ano «a prevenção vai ser fortalecida», embora em 2018 já tenha havido um investimento superior em prevenção, comparativamente ao combate. «Este ano tivemos pela primeira vez a diretiva única de prevenção e combate, mas, na verdade, essa diretiva ainda era muito de combate», salientou.

A ação que decorreu em Silves tem como objetivo a prevenção de incêndios durante a época de inverno, com novas atividades atribuídas a entidades como o GIPS da GNR e o corpo de bombeiros, que vai desde «o corte das ramagens ao espalhamento dessa estilha por todo o terreno, bem como fazer paliçadas para, caso haja chuvas torrenciais, poder parar a erosão do solo», esclareceu.

«São duas ações que têm um efeito conjunto e podem reduzir custos. Estas duas operações têm um custo de cerca de 800 euros por hectare, um valor que consideramos aceitável para fazer este trabalho de estabilização e emergência», frisou. Até ao final do mês de janeiro estão previstas mais cinco operações, ao longo do território entre Silves e Monchique, num total de cerca de 200 hectares intervencionados.

No próximo ano, «a partir da segunda quinzena de janeiro», está prevista também uma ação de «sementeira aérea no concelho de Silves, face às dificuldades de acesso terrestre», de modo a promover o surgimento de «uma pastagem biodiversa», com o objetivo de melhorar a qualidade do solo.

«A primeira ação prende-se com a proteção do solo e das linhas de água, esta segunda ação, através de sementeira aérea, tem como objetivo a recuperação e melhoria da qualidade do solo. Será uma intervenção numa área de 500 hectares, ao longo de dois anos consecutivos, e estarão envolvidos o ICNF e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), para fazer o estudo daquilo que é o impacto desta intervenção na melhoria do solo», referiu Miguel Freitas.

Nas medidas de prevenção da defesa da floresta contra incêndios estão ainda previstas, para o próximo ano, várias ações de fogo controlado em diferentes pontos do território nacional, cerca de 3 mil hectares de norte a sul do país.

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