publicado a: 2020-09-15

IVV | PREVISÃO DE COLHEITA – Campanha 2020/2021

Resumo: Estimativa de quebra de 3% na produção de vinho na campanha 2020/21 face a 2019/20


Estima-se que a produção de vinho na campanha 2020/2021 atinja um volume de 6,3 milhões de hectolitros, o que se traduz numa diminuição de 3% relativamente à campanha 2019/2020.

O decréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, resulta da previsão de quebra nas regiões vitivinícolas de Terras de Cister (-35%), Trás-os-Montes (-20%), Douro e Porto (-20%), Terras do Dão (-20%) e Açores (-15%). Na região das Terras da Beira não se prevê variação.

Nas restantes regiões estão previstos aumentos de produção, destacando-se a região do Minho com o maior acréscimo em volume (+73 mil hectolitros) e a região do Algarve, com o maior crescimento percentual (+15%).

Apesar da instabilidade meteorológica observada ao longo do ciclo vegetativo da cultura e de se terem registado focos de míldio, no geral, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário.



ANÁLISE DAS PREVISÕES DE PRODUÇÃO POR REGIÃO FACE À CAMPANHA 2019/2020

Na região do MINHO, é esperado um aumento na produção de 9%, relativamente ao ano anterior. Apesar da ocorrência de focos de míldio as expectativas para a presente campanha são positivas.

Na região de TRÁS-OS-MONTES a previsão aponta para um decréscimo na produção de 20%. Esta diminuição resulta do facto da produção do ano anterior ter sido acima da média e também devido ao míldio, ao oídio e neste último período ao escaldão.

Na região DOURO E PORTO prevê-se uma quebra da produção de vinho de 20%. A variabilidade meteorológica verificada nos meses de abril e maio potenciaram a ocorrência de míldio e de oídio o que obrigou à realização de vários tratamentos fitossanitários. Recentemente o calor excessivo tem provocado escaldão.

Na região da BEIRA ATLÂNTICO a previsão aponta para um aumento de produção de 10%. As condições climatéricas com temperaturas elevadas, precipitação durante vários dias e as recentes humidades matinais têm sido favoráveis ao desenvolvimento de pontuais focos de míldio. A vindima para base espumante está prevista para a primeira semana de Agosto, o que a verificar-se corresponde a uma antecipação de 10 dias face a 2019.

Na região TERRAS DO DÃO prevê-se uma descida na produção de 20% resultante de geadas tardias e de ataques de míldio que ocorreram em algumas zonas da região. As uvas fora das zonas afetadas apresentam, do ponto de vista fitossanitário, boa qualidade.

Na região TERRAS DA BEIRA a previsão aponta para uma produção semelhante à campanha passada. Alguma quebra de produção devida à geada, neve e granizo foi compensada pelo aumento de produção nas vinhas jovens.

Na região TERRAS DE CISTER espera-se uma redução de 35% na produção. As fortes geadas no início do ciclo vegetativo aliada a uma queda de granizo numa fase posterior, contribuíram para a acentuada quebra na produção.

Na região do TEJO prevê-se um aumento da produção (+5%). O estado sanitário das uvas é bom, verificando-se algum míldio ao nível das folhas apesar do reforço de tratamentos. As castas brancas evidenciam algum escaldão devido ao calor que se fez sentir nos últimos dias.

Na região de LISBOA perspetiva-se um acréscimo de 5% na produção. Os focos localizados de míldio e oídio não perturbaram a qualidade sanitária das uvas, mas começam a aparecer sinais de escaldão. O ciclo vegetativo apresenta um avanço de cerca de uma semana, relativamente ao ano anterior.

Na região da PENÍNSULA DE SETÚBAL é esperado um aumento de produção de 5%. Em Março e Abril, verificaram-se alguns focos de míldio mas sem impacto significativo na produção. Apesar das altas temperaturas que se sentiram durante dias consecutivos, apenas são visíveis alguns estragos por escaldão, na casta Moscatel. No geral, a maioria das uvas apresenta-se sã e de boa qualidade.

Na região do ALENTEJO estima-se que a produção de vinho aumente 5%. As vinhas de uma maneira geral encontram-se com bom desenvolvimento vegetativo e estado sanitário. Na segunda quinzena de julho, as temperaturas elevadas acompanhadas de vento quente e seco, potenciaram a ocorrência de alguns casos de escaldão.

Na região do ALGARVE a previsão de produção aponta para um aumento de 15%. Alguns focos de oídio não comprometeram o aumento da produção esperado devido ao bom desenvolvimento vegetativo das vinhas que perspetiva uma colheita de boa qualidade.

Na região da MADEIRA estima-se um aumento de produção de 9%. Na generalidade, as vinhas encontram-se em bom estado fitossanitário, contudo na costa norte foram detetados focos pouco expressivos de míldio, de oídio e de black-rot. Se não se verificar a ocorrência de chuvas, como as do mês de junho e julho, perspetiva-se uma boa vindima em termos qualitativos.

Na região dos AÇORES a previsão global é de uma diminuição de produção de 15%. Ao nível do desenvolvimento vegetativo das vinhas, a quantidade de flores que nasceram foi reduzida, implicando desde o início perdas na produção agravadas pelo vingamento irregular. Nos meses de maio e junho verificaram-se ataques moderados de míldio e de oídio.


Previsão de Colheita – Campanha 2020/2021



INTITUTO DA VINHA E DO VINHO
NOTA INFORMATIVA N.º 13/2020
27/07/2020

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