publicado a: 2020-09-21

O regadio é "uma prioridade" para a ministra da agricultura

Imagem: tsf.pt

Além da aposta no regadio, a ministra Maria do Céu Antunes assume na entrevista "A Vida do Dinheiro" que quer rejuvenescer os campos.

Na entrevista "A Vida do Dinheiro" desta semana, a ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, assume que até 2023, "há um plano nacional de regadio em curso de 560 milhões, onde há uma bolsa ainda de 127 milhões por atribuir, como reserva para darmos continuidade a este projeto e que não esgota toda a intervenção que está a ser feita".

Num país sujeito a secas cíclicas o acesso à água continua a ser um factor crítico do trabalho na terra.

"Há várias obras que vão começar como o transvase do Alqueva para o Sado, avaliado em 40 milhões de euros, para alimentar a cultura de arroz".

Em processo de análise está a reivindicação de um aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste, associado à necessidade da construção de uma barragem no rio Ocreza.

A ministra sublinha que "estamos a lançar um concurso público para escolher uma equipa de projetistas que estudem o que é necessário fazer no Tejo, porque além da componente económica, que é fundamental, há ainda uma componente ambiental importantíssima, a salinização, que é já hoje um problema da água do Tejo e das suas margens. Com este estudo, queremos encontrar o que é necessário fazer também para servir a agricultura".

Verdes serão os campos

O Governo quer baixar a média etária dos agricultores portugueses. Com uma população agrícola a rondar os 55 anos o ministério da agricultura quer criar incentivos para rejuvenescer o sector e levar a maioria dos jovens para o interior, ou territórios de baixa densidade como agora de diz.

A ministra Maria do Céu Antunes, adianta que "em relação a essa renovação geracional, a meta a que queremos chegar é que dos jovens que se venham a instalar na agricultura 80% escolham territórios de baixa densidade. Nos avisos de candidatura que temos abertos e queremos ainda abrir em 2020, estamos a valorizar essa componente".

Mas a ministra da agricultura deixa claro que uma discriminação positiva a nível fiscal não depende dela mas da área das finanças.

Já sobre o plano estratégico apresentado na semana passada, Maria do Céu Antunes assume que a "intenção é aumentar investimento na tecnologia, no conhecimento, na investigação no setor agrícola em 60%" mas "esta agenda não estabeleceu um orçamento, pretende antes ser orientadora para podermos ir buscar os meios financeiros necessários para se desenvolver. Esse financiamento virá da PAC, da política de coesão, dos instrumentos para a competitividade, nomeadamente os que estão centralizados em Bruxelas e a que os Estados-membros podem candidatar-se diretamente"

A Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes foi Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, cidade onde nasceu.

Licenciada em Bioquímica em Coimbra e pós-graduada em Qualidade e Segurança Alimentar, foi membro do Conselho Económico e Social e do Conselho das Comunidades e Regiões da Europa na Comissão Permanente para a Igualdade das Mulheres e dos Homens na Vida Local.

Depois de nove anos de poder autárquico, chegou a este governo como secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, em fevereiro do ano passado, tendo assumido a pasta da Agricultura há 11 meses.

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