publicado a: 2020-03-31

Petição europeia quer medidas para salvar abelhas e agricultores

Uma petição lançada por mais de cem associações europeias e que já foi assinada por mais de 270 mil europeus pede à Comissão Europeia medidas para eliminar pesticidas e restaurar a biodiversidade, para salvar as abelhas e os agricultores.

A petição tem o apoio da associação ambientalista portuguesa Liga para a Protecção da Natureza (LPN), que em comunicado explica que o documento deverá chegar a um milhão de assinaturas até ao fim de Setembro, para que a Comissão Europeia proponha legislação destinada a eliminar progressivamente os pesticidas sintéticos, até 2035.

Ao mesmo tempo os subscritores da moção querem que seja restaurada a biodiversidade e que os agricultores sejam apoiados na fase de transição.

Na base da petição, diz a LPN no comunicado, está a constatação de que as abelhas e outros polinizadores estão actualmente em declínio, pondo em risco a produção de alimentos.

“A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que cerca de 87% das principais cultivares a nível mundial depende de polinizadores para frutificar, como as abelhas e outros insectos, aves e mamíferos”, diz a LPN, alertando que “estes aliados naturais dos agricultores estão em franca regressão por todo o globo”.

Na Europa, diz a LPN, 30% das populações de abelhas e borboletas selvagens estão a diminuir, o mesmo acontecendo com as abelhas geridas (das colmeias), que têm sofrido perdas devido nomeadamente a doenças.

“O declínio de espécies selvagens e geridas está associado à intensificação da agricultura, com o aumento de áreas de monocultura e eliminação de zonas naturais, ao uso excessivo de pesticidas como os neonicotinóides, e às alterações climáticas, que baralham os polinizadores alterando as épocas de floração”, diz a LPN, alertando que a alimentação humana depende da saúde das populações de polinizadores.

Uma das soluções, defende a Liga, passa por reforçar as infra-estruturas ecológicas na agricultura, como o estabelecimento de áreas seminaturais que sirvam de habitat aos polinizadores, além de encontrar alternativas aos pesticidas.

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