publicado a: 2018-09-25

Portugal absorve 25% das exportações de madeira da Galiza

Ao cabo de mais uma traumática época de incêndios – ainda este fim-de-semana lavrou um com alguma dimensão na Peneda-Gerês – a indústria portuguesa que usa madeira na sua produção continua a ser a melhor cliente daquela matéria-prima proveniente da Galiza.

A produção de madeira nas zonas rurais constitui um setor fundamental da economia galega, que possui um dos seus principais motores na indústria florestal. No primeiro semestre do ano em curso, as exportações cresceram 7,2%, totalizando 588,7 milhões de euros, segundo avança a imprensa local.

Os dados apontam para que as compras do setor da produção de móveis estão a descer, mas a procura por parte das celuloses compensa, com um crescimento acima dos 10%. Portugal é o primeiro destino das exportações galegas, com quase um quarto do total exportado. Seguem-se a França (10,8%), Alemanha (8,2%), Polónia (5,5%), Holanda (5,3%), Reino Unido (5,1%), Itália (4,7%), Marrocos (4,7%), Turquia (4,2%) e, finalmente, Irlanda (2,7%).

O bom desempenho do setor resulta na geração 3,5% do PIB regional, com cerca de três mil empresas que asseguram aproximadamente 80 empregos. Em preparação está a aprovação de um Plano Florestal, em fase final de debate, liderado pelo poder municipal.

“Esperamos que o plano esteja pronto até o final deste ano ou no primeiro trimestre do ano que vem” diz Manuel Iglesias, presidente do Cluster da Madeira da região, citado pelo jornal La Voz de Galicia. Atualmente, dos 680 mil proprietários de terras florestais na Galiza – quase um em cada quatro habitantes – apenas 80 mil cortam madeira regularmente.

O plano passa por alterar a estrutura da propriedade, de modo a agregar extensões que ganhem médias dimensões para tornar os investimentos compensadores. Ao longo dos últimos 50 anos, a comunidade galega investiu mais dinheiro na prevenção e extinção de incêndios do que em ordenar a floresta. Este foi o principal objetivo do plano que foi aprovado em 1992, que previa um investimento anual equivalente a 3% do orçamento regional.

O governo regional quer assim gerir de forma eficaz cerca de 30% do seu território, ocupado pela floresta – mesmo sabendo que existem pelo menos 600 mil hectares dos dois milhões da mancha verde continuam ainda a ser propriedades mal florestadas.

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