publicado a: 2018-08-09

Portugal escapa à maior crise em 40 anos no setor vegetal da UE

Os efeitos decorrentes da prolongada seca que afeta o Continente europeu provocaram a mais séria crise em 40 anos no setor vegetal da União Europeia, sustenta em comunicado a Associação Europeia de Produtores de Fruta e Vegetais (PROFEL, na sigla em inglês).

O Ministério da Agricultura de Portugal afiança que esta crise não afetou o setor nacional hortofrutícola que, em 2017, até registou importantes aumentos de produção.

O comunicado citado pelo Euroactive (site especializado em assuntos europeus) refere que "o calor e o clima seco", que se prolongaram em Julho, tornaram muito séria a situação dos produtores de vegetais que não experimentaram nada parecido nos "últimos 40 anos".

Ainda de acordo com o Euroactive, que contactou a PROFEL, os países-membros da União cuja produção vegetal foi mais afetada por esta seca são a França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Hungria, Polónia e Reino Unido.

Esta associação referiu também que o setor dos vegetais congelados e em lata foi o setor mais penalizado, com a seca a condicionar a capacidade produtiva e a provocar subidas dos custos de produção. Seja como for, para já não são esperados aumentos no preço final destes produtos.

A PROFEL refere que em 2018 assistiu-se a uma redução na capacidade produtiva dos campos de cultivo de ervilhas e feijões de 20% a 50%. Tendo em conta este cenário, a Comissão Europeia já revelou que vai flexibilizar as exigências feitas aos produtores nesta fase de escassez de água

Ao Negócios e ainda sem dados oficiais, o Ministério da Agricultura salvaguarda que a produção agrícola nos primeiros oito meses do ano "está a correr bem". A tutela lembra ainda que apesar da seca extrema verificada em 2017, esse foi um "bom ano agrícola" para Portugal. No ano passado, a produção agrícola cresceu 7% e as exportações do sector cresceram 12%.

O Ministério explica ainda que boa parte das produções de frutas e vegetais em solo nacional produzem com base em sistemas de regadio, o que as deixa menos vulneráveis aos efeitos decorrentes das alterações climáticas.

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