publicado a: 2015-08-31

Retoma de embalagens usadas de fitofarmacêuticos agrícolas fica nos 40%

Imagem: ANIPLA

A recolha adequada de embalagens usadas de fitofarmacêuticos na agricultura, para combater fungos, insetos ou ervas daninhas, tem aumentado, mas mais de metade ainda vai para o lixo «normal» ou fica abandonado nas terras, segundo a Valorfito.

"Em 2014, atingimos quase 40% de taxa de retoma [relativamente às embalagens colocadas no mercado] e crescemos mais de 14%" na comparação com o ano anterior, atingindo 297 toneladas de embalagens destes produtos recolhidas e transportadas para o local adequado ao seu tratamento, disse hoje à agência Lusa o diretor geral da Valor fito, a entidade gestora deste tipo específico de lixo.

Consideradas como resíduo perigoso, as embalagens de fungicidas, inseticidas e herbicidas vão para o CIRVER (Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos) da Chamusca, transportados por empresa licenciada para esta atividade.

"Parte-se do princípio que estão contaminadas, embora residualmente, mas por uma questão de precaução devem ser tratadas de uma forma diferente de um resíduo normal, urbano, não perigoso", esclareceu António Lopes Dias.

O responsável alerta que, "se forem colocadas no lixo indiferenciado, [as embalagens] vão para um aterro que não está preparado para resíduo perigoso e poderão dar origem a contaminação de solos, terra e de água, mas pior que isso é ficar ao abandono em qualquer lado" ou ser queimado.

Os restos de embalagens que podem ser aproveitados, como os plásticos e papéis, "são triturados, descontaminados e depois encaminhados para reciclagem para dar origem a outros objetos que não sejam para destino alimentar", como mobiliário urbanos, tubagem de rega de alta densidade ou protetores de plantas, explicou António Lopes Dias.

No ano passado, foram retomadas 297 toneladas de embalagens velhas, ou seja, cerca de 40% do total colocado no mercado, que cresceu menos que a recolha (5% e 6%), segundo os números da Valorfito.

A entidade tem licença da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para esta atividade, estando definida uma meta de 60% em 2020 que o diretor-geral acredita ir conseguir.

"Temos ainda algum caminho a percorrer, mas já temos uma boa taxa de retoma e estamos a conseguir crescer acima do mercado, o que é importante", explicou.


Fonte: Dinheiro Digital com Lusa


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