publicado a: 2016-02-05

Análise semanal dos mercados - 1 a 5 fevereiro

1 fevereiro

Os mercados europeus terminaram a semana em grande confusão, uma vez que a Rússia não mexeu nas taxas à exportação, como todos previam, e por outro lado o Egipto recusou um navio de 63.000 toneladas de trigo francês, devido à não conformidade com as normas de qualidade do país, que são agora muito mais rigorosas.

Tivemos assim um elemento de sustentação de mercado e outro de destabilização.

No mercado americano ligeira subida do preço de todos os produtos, fruto de uma melhor performance financeira mundial e também da subida do preço do petróleo.

Os fundos reagiram positivamente a esta envolvência mundial e estiveram compradores de 11.000 lotes de milho, 9.000 lotes de soja e 3.000 lotes de trigo.

A soja, por seu lado, recuperou da grande queda que tinha tido, depois do anúncio do cancelamento de uma encomenda de 395.000 toneladas por parte da China, devido, sobretudo, à incerteza do clima na América do Sul, que tem atrasado a colheita no Brasil e torna cada vez mais incertos os níveis de produtividade.

No mercado do Mar Negro de registar a posição russa, que manteve as taxas à exportação de trigo. Do lado da Ucrânia nota-se um grande declínio nos volumes exportadores.


2 fevereiro

Mantém-se a tendência para a descida de preços dos cereais nos mercados europeus. A rejeição por parte do Egipto de um navio francês de trigo põe em causa futuras negociações com este país. Por outro lado, e do ponto de vista climatérico, tudo está a ser favorável às culturas de Inverno no hemisfério norte.

No mercado americano o trigo acompanhou a evolução do mercado europeu com uma ligeira descida, enquanto que o milho esteve mais estável, devido à intervenção dos fundos de investimento.

A soja teve um dia muito volátil, tendo a meio da sessão registado baixas acentuadas para depois vir a recuperar e fechar praticamente ao preço da última sessão.

Nota-se uma tentativa de retenção do produto por parte dos produtores, na expectativa de melhores preços.

No mercado do Mar Negro de referir as temperaturas muito elevadas para a época, que estão a acelerar o ritmo de crescimento das plantas.


3 fevereiro

Continua a tendência negativa para os preços dos cereais nos mercados europeus. Os elevados stocks e a boa evolução das culturas de Inverno estão a influenciar directamente o mercado.

Reina também alguma confusão no mercado internacional, pois os operadores não deram cotações para um pedido de compra por parte do Egipto, uma vez que o último navio francês foi rejeitado.

Descida também de preços no mercado americano, com os fundos a mostrarem muito pouco interesse no mercado.

A soja, por seu lado, apesar de ter tido um dia muito volátil, acabou com ganhos em relação à semana anterior. Esta subida foi explicada pela subida de preços dos bagaços de soja, uma vez que as extractoras estão com problemas de abastecimento de grão de soja, devido ao mau tempo.

No mercado do Mar Negro continua o bom tempo, com temperaturas muito acima da média, o que leva a um rápido crescimento das culturas de Inverno.


4 fevereiro

O preço dos cereais continuou a evoluir negativamente nos mercados europeus devido, sobretudo, à valorização do euro face ao dólar. No entanto, chegou uma notícia positiva por parte do Egipto, que passou a colocar uma tolerância de 0,05 para os resíduos de ergot no trigo. Assim o mercado já pode abrir novamente às exportações europeias.

No mercado americano temos uma recuperação dos preços dos cereais, devido à desvalorização do dólar face ao euro.

A soja, por seu lado, registou uma descida de preços, sobretudo, devido às notícias que chegam da América do Sul, como por exemplo, a previsão de chuvas em regiões da Argentina, que começavam a sofrer com a seca.

Temos aqui também o efeito China, que está a comemorar o novo Ano Lunar e é um período onde normalmente não existem actividades comerciais.

No mercado do Mar Negro de salientar a boa prestação à exportação da Rússia, no que diz respeito ao trigo, numa altura em que as autoridades do país discutem a possibilidade de levantar a taxa aduaneira à exportação.


5 fevereiro

Nos mercados europeus continua a tendência de baixa dos cereais, sendo o facto mais relevante a valorização do euro face ao dólar, o que vem tirar muita competitividade aos cereais europeus no mercado internacional.

Mesmo assim, continuam as exportações, com Bruxelas a emitir certificados à exportação esta semana de 785.875 toneladas de trigo e de cevada de 212.181 toneladas.

Ainda no contexto internacional as atenções estão viradas para o pedido de compra do Egipto, agora que já existe tolerância ao erjot.

No mercado americano estabilidade ao nível dos cereais, com os operadores a aguardarem os resultados do próximo relatório mensal, que sairá na semana que vem.

A soja teve uma sessão muito volátil, terminando com algumas perdas, sobretudo, devido à baixa actividade à exportação.

No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.


Fonte: Agroinfo

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