publicado a: 2015-05-08

Análise semanal dos mercados

04 maio

Os mercados europeus terminaram a semana com uma pressão para a baixa de preços.

As chuvas que continuam a cair no norte da Europa acabaram com as especulações do stress hídrico dessas regiões. Por outro lado diminuiu a actividade de exportação europeia, uma vez que os operadores começam a aguardar a nova campanha, vendo aí boas possibilidades de negócio.

No mercado americano o dia foi de realização de mais-valias por parte dos investidores, com os fundos a estarem vendedores de 6.000 lotes de milho e de 7.000 lotes de soja. Registou-se por isso uma descida dos preços que foi mais acentuada ao nível da soja, uma vez que não surgiu qualquer tipo de notícia que suportasse os preços.

No mercado do Mar Negro a notícia do momento continua a ser a nomeação do novo Ministro russo da Agricultura, que já anunciou que quer aumentar consideravelmente a produção de cereais no país.

Com a valorização do rublo face ao dólar podem começar a estar criadas as condições para o fim das taxas russas à exportação de trigo.


05 maio

Nos mercados europeus os cereais continuam a sua tendência para a descida de preços, devido às condições atmosféricas favoráveis no norte da Europa.

A colza subiu consideravelmente de preço, compensando a grande descida da sessão anterior sem grandes explicações aparentes.

No mercado americano estabilização de preço dos cereais, com ligeira tendência de descida. As condições atmosféricas nos Estados Unidos têm potenciado um grande avanço nas sementeiras de milho e de soja.

A soja registou uma subida de preços, motivada pela boa procura internacional. Na Argentina a instabilidade política leva os produtores a atrasarem o mais possível as vendas, pelo que pouca soja tem sido exportada por aquele país.

A colheita na Argentina pode chegar às 60 milhões de toneladas, segundo previsões da bolsa de cereais de Buenos Aires. Os fundos de investimento também ajudaram, estando compradores de 8.000 lotes de soja.

As condições atmosféricas também são favoráveis na zona do Mar Negro, o que potencia, não só as produtividades dos cereais de Inverno, como as sementeiras de Primavera. Esta situação reforça cada vez mais a possibilidade da Rússia vir a retirar as taxas à exportação.


06 maio

Continua a descida dos preços dos cereais nos mercados europeus com o aproximar da próxima campanha. Continuam também as condições atmosféricas propícias à boa produção em todo o hemisfério norte.

Os cereais europeus estão também a ser penalizados pela subida de cotação do euro face ao dólar.

O Egipto comprou 120.000 toneladas de origem russa e romena ao preço mais baixo desta campanha, ou seja, inferior a 200 dólares por tonelada.

Já se especula no mercado que a Rússia vai levantar as taxas à exportação de trigo em 15 de Maio.

No mercado americano baixa de preço do trigo, que se aproxima de valores mínimos e estabilidade do preço do milho. Em relação à soja voltou a registar-se uma subida de preço, devido à grande procura no mercado mundial não só do grão, como também do óleo.

No mercado do Mar Negro de registar a intensificação dos combates que não têm, contudo, até agora influência nas exportações de cereais da Ucrânia.


07 maio

Ligeira recuperação do preço dos cereais nos mercados europeus, depois das fortes quedas do início da semana.

Esta situação deve-se à publicação por parte da Comissão das previsões de produção e de stocks que foram inferiores ao mês passado. No entanto, os stocks de trigo, em 15 milhões de toneladas, continuam muito altos.

Os mercados europeus seguirem o mercado americano, onde se registou uma subida considerável do trigo que também arrastou o milho para cima. Esta subida é, no entanto, justificada com correcções técnicas, devido ao posicionamento dos fundos de investimento que estiveram compradores de 7.000 lotes de milho e 7.000 lotes de trigo.

A soja teve uma estabilização do preço, depois das subidas dos últimos dois dias. A procura internacional manteve-se estável e forte, estando a beneficiar disso a soja americana, pois com as greves na Argentina os operadores estão preocupados e evitam as compras naquele país.

No mercado do Mar Negro as atenções estão viradas para a Rússia, aguardando uma decisão sobre a taxa à exportação de trigo.


08 maio

O trigo registou nova descida depois das subidas da última sessão. Por outro lado temos a cevada com o preço estável.

Os mercados europeus estão neste momento a seguir de muito perto a evolução do que se passa em Chicago. Com o aproximar da nova colheita, que vai começar dentro de um mês em Espanha e que se avozinha boa, começam a ser postos no mercado quantidades que estão em stock e que os produtores não querem ter para o início da próxima colheita. Se não houver mais nenhum dado, então a pressão para os cereais continuará a ser de baixa.

No mercado americano recuo no preço do trigo, depois das altas da sessão anterior. O factor que mais pesou foi a fraca actividade à exportação com mais cancelamentos que ordens de compra.

O milho também está a ser pressionado negativamente com o anúncio de uma grande produção na China, que vai seguramente baixar as ordens de compra.

A soja também baixou de preço, pois sem quaisquer novidades para o mercado os fundos aproveitaram para liquidar posições e realizar mais-valias.

No mercado do Mar Negro de salientar a posição de Bruxelas em avançar com a data de 1 de Janeiro de 2016 para o arranque do acordo de livre comércio com a Ucrânia. A Rússia está a fazer todos os esforços para adiar esta data.


Fonte: Agroinfo

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