publicado a: 2021-04-30

Estudo compara drone, helicóptero e trator

Um estudo realizado pela Universidade de Ciências de Tóquio, no Japão, avaliou e comparou o desempenho de diferentes instrumentos na pulverização de plantações de arroz no país. O estudo foi realizado em 2020 e observaram pulverizadores terrestres (tratores), drones e helicópteros pilotados remotamente.

A comparação ocorreu em 21 plantações, com extensões 0,5 e 30 hectares e apontou vantagem para os drones em pequenas áreas. Os dados da investigação também apontam tendência de aumento de uso dos aparelhos multirrotores, mais fáceis de manter e operar.

O trabalho considerou a relação custo/benefício na aquisição e operação dos equipamentos em paralelo à eficiência em aplicações preventivas de fitofarmacêuticos duas vezes por ano. O estudo foi liderado pela professora Yuna Seo (doutora em Estudos Ambientais), com participação do aluno Shotaro Umeda.

No Japão, desde a década de 1990 que a aviação agrícola se baseia principalmente em helicópteros por controle remoto, como os modelos Yamaha RMAX e Fazer, por exemplo, com tanques de até cerca de 30 litros de produtos para aplicação. Já no caso dos drones, que têm menor capacidade de carga, mas funcionam a bateria e atendem principalmente as áreas menores, a explosão veio depois da primeira década deste século.

Conforme dados do Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, as áreas agrícolas servidas por drones no país aumentou de 684 hectares em 2016 para 31.020 hectares dois anos depois. Já o número de aparelhos aumentou de 227 para 1.552 no mesmo período e a estimativa do governo japonês é de que a área tratada por drones no país chegue a 1 milhão de hectares até 2022.

Segundo os investigadores, para isso o Japão ainda precisa de rever os seus regulamentos. Atualmente a legislação local limita em 10 quilos por aparelho a carga em cada voo. Além disso, o voo automático não é permitido. Enquanto um helicóptero a controle remoto precisa de três pessoas para sua operação, um drone precisa de no mínimo duas: o piloto e um auxiliar como observador.

Conforme a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Japão é um dos países no mundo que mais utilizam pesticidas por hectare nas suas plantações. Segundo o órgão, em 2018 os japoneses aplicaram 11,84 quilos de produtos fitofarmacêuticos por hectare. Número 100% mais alto do que o Brasil, que mesmo tendo até três ou colheitas anuais utiliza apenas 5,94 quilos por hectare no ano. O estudo também reforça a tese de que os drones tendem a ser ferramentas complementares e não concorrentes das aeronaves agrícolas.

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