publicado a: 2019-03-11

(DRAPLVT) Estado das culturas e previsão das colheitas - Janeiro 2019

DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DE LISBOA E VALE DO TEJO

DIVISÃO DE AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL

ESTADO DAS CULTURAS E PREVISÃO DE COLHEITAS
31 Janeiro 2019


1. Estado do tempo e sua influência na agricultura em geral

Oeste

O período decorreu com muito pouca chuva, inferior á normal para o mês. Apenas nos últimos dias do mês ocorreu com especial relevo para dia 31. No mesmo período a temperatura caiu para valores baixos e muito baixos com registo de dias com mínimas abaixo de zero e numerosas horas muito frias. Ocorreram geadas muito fortes em diversas noites que se fizeram notar mesmo dentro dos aglomerados populacionais. De acordo com a informação obtida a acumulação de horas de frio satisfará as necessidades das principais fruteiras da região. O mês de Janeiro não contribuiu para aumentar os níveis de armazenamento de água. Todos os trabalhos que exigem exposição humana, na região relevam as podas, têm decorrido com a penosidade própria do relativo frio, mas sem praticamente haver interrupções. O período seco e evaporação razoável tem permitido a realização de todos os trabalhos mecanizados necessários em aceitáveis condições. As culturas permanentes relevantes estão em repouso vegetativo. As culturas herbáceas apresentam-se praticamente paradas ou com crescimentos fracos por causa das baixas temperaturas e da geada. Em locais mais baixos e abrigados pode-se ver, sem que seja alarmante, o efeito da geada sobre a rebentação de fruteiras de folha permanente. Pelas razões apontadas verifica-se a instalação de culturas de ar livre. Pode-se ver já alguma plantação de batata, cebola e alho e sementeiras de ervilha e fava. As culturas protegidas seguem o seu normal curso. A preparação para a novas plantações de culturas permanentes está parada aguardando a preparação superficial. Na área a agricultura de ar livre cada vez mais, está confinada á vinha, ao pomar de diferentes espécies e á horticultura.

Médio Tejo

O estado do tempo tem-se apresentado de um modo geral seco, no entanto a precipitação ocorrida na última semana do mês, veio dar uma ajuda preciosa às culturas de inverno, nomeadamente cereais, instaladas mais tarde.

Lezíria do Tejo e Baixo Sorraia

Não tem informação

Península de Setúbal

De uma forma geral o estado do tempo na Península de Setúbal decorreu durante o mês de Janeiro seco e frio. Efetivamente embora durante a segunda quinzena se tenham registado vários dias com precipitação, as condições edafo-climáticas verificadas não foram favoráveis ao desenvolvimento das culturas, designadamente das pastagens semeadas e espontâneas de sequeiro. Comparativamente a igual período do ano anterior, a redução na disponibilidade de água tanto no solo como ao nível das reservas superficiais é bastante evidente. As operações culturais das diversas culturas decorreram sem constrangimentos, nomeadamente as podas manuais e mecânicas e as fertilizações orgânicas das culturas permanentes.

2. Fitossanidade: pragas e doenças; intensidade e frequência dos ataques; oportunidade e eficácia dos tratamentos efetuados; prejuízos causados para além do normal.

Oeste

Não existiram ataques de pragas e doenças anormais.

Médio Tejo

Nos aspectos da fitossanidade não se registam situações anómalas na região.

Lezíria do Tejo e Baixo Sorraia

Não tem informação

Península de Setúbal

Não há conhecimento de pragas e doenças que tenham provocado prejuízos para além do normal. Ao longo do mês foram efetuados sobretudo tratamentos fitossanitários de carácter preventivo.

3. Prados, pastagens e culturas forrageiras: estado vegetativo das pastagens de sequeiro, prados de regadio e forragens anuais; condições de alimentação das diferentes espécies pecuárias, importância do contributo de forragens verdes, fenos, silagens e rações industriais relativamente a igual período do ano anterior.

Oeste

As pastagens de sequeiro em geral espontâneas, raramente melhoradas, apresentam-se com bons crescimentos embora de lenta recuperação após consumo. Sem significado as de regadio. As forrageiras anuais têm bom crescimento havendo azevéns próximos de 1º corte. As condições de alimentação dos animais dadas as características da criação animal da zona, essencialmente deambulante nos pequenos ruminantes e de estabulação dos bovinos leiteiros e de carne (engordas, cada vez em menor número) as condições alimentares são agora tidas como próximas das normais. Os poucos efectivos de vacas aleitantes existentes são complementados á manjedoura como é corrente na região e portanto também se mantém uma situação quase normal. As vacas leiteiras estão muito dependentes do estado do azevém que se tem mostrado muito bom O contributo das forragens conservadas e das rações industriais é considerada normal.

Médio Tejo

Os prados pastagens e culturas forrageiras apresentam-se relativamente compostos, permitindo assim a continuidade do pastoreio das várias espécies. A alimentação animal continua a ser suplementada com recursos a fenos, silagens e rações industriais, nomeadamente as espécies estabuladas e produtoras de leite.

Lezíria do Tejo e Baixo Sorraia

Quanto às pastagens de sequeiro, encontram-se no estado semelhante ao do mês passado devido ao intenso frio e à falta de chuva. O pastoreio continua e, na maior parte dos casos, sem adição de palhas ou forragens. Relativamente aos prados de regadio, o estado vegetativo dos mesmos apresenta-se fraco, devido ao clima frio e ao gelo, característico desta época do ano. Quanto à alimentação dos animais, existe em stock, feno do ano passado, o que faz com que não seja necessário dar tanta quantidade de forragens verdes e de rações industriais.

Península de Setúbal

Face ás condições desfavoráveis, nomeadamente a formação de geadas intensas, de uma forma geral o desenvolvimento das culturas forrageiras, dos prados, e das pastagens espontâneas de sequeiro foi muito condicionado, pelo que os efetivos pecuários explorados em regime extensivo, nomeadamente as espécies de maior porte, continuam a ser suplementados com forragens conservadas em quantidades que se podem considerar superiores ao espectável nesta época do ano. Nos prados permanentes de regadio as espécies que já estavam a despertar, também se ressentiram e apresentam agora coloração acastanhada. Em termos de disponibilidade de água para abeberamento dos animais e para rega não há registo de quaisquer constrangimentos

4. a) Sementeiras de cereais praganosos: como decorreram, como germinaram; aspecto vegetativo das searas, variação de áreas semeadas relativamente ao ano anterior, motivos da variação caso se tenha verificado

Oeste

As poucas sementeiras já foram feitas e decorreram normalmente. As sementeiras de cevada tiveram recente inicio. Todas as searas apresentam-se bem germinadas e com desenvolvimento normal. Em relação ao ano anterior o aspecto vegetativo é melhor parecendo embora que a área de cereais semeada seja inferior porque os preços são desincentivadores fundamentais da cultura.

Médio Tejo

As sementeiras de cereais na região, concluíram-se na 1ª quinzena do mês, mas apresentam bom desenvolvimento vegetativo.

Lezíria do Tejo e Baixo Sorraia

Relativamente ao trigo, as sementeiras ainda estão a decorrer, as semeadas anteriormente apresentam um bom estado geral, tendo havido normal germinação. Quanto às áreas semeadas prevê-se um aumento de cerca de 15%, devido à falta de alternativas e/ou à previsão de manutenção de preços baixos das culturas subsequentes (tomate e milho).

Península de Setúbal

Relativamente aos cereais praganosos verificou-se que decorreram ao longo do mês sementeiras de trigo mole e também alguma aveia. A generalidade das searas apresenta bom desenvolvimento vegetativo, povoamentos homogéneos e bom estado fitossanitário, encontrando-se as searas mais adiantadas em fase de afilhamento. Comparativamente à campanha anterior estima-se que a área de cultura deverá se semelhante á campanha anterior.

5. b) – Culturas arbóreas, nomeadamente pomares de citrinos e olivais de azeitona de mesa azeitona para azeite: estado vegetativo e produção quanto aos aspectos de qualidade e quantidade.

Oeste

Quanto ao azeite remete-se para o relatório anterior. Nos citrinos existem algumas consequências, não preocupantes, das fortes geadas formadas nos locais mais baixos mas em geral e como é próprio da época a qualidade dos frutos e a quantidade sumo é inferior ao normal. A quantidade de frutos é muito boa, dado o prolongamento do estado do tempo favorável á cultura.

Médio Tejo

Os pomares de citrinos da região embora com grande quantidade de frutos, estes apresentam calibres muito irregulares, refletindo-se o facto no rendimento dos produtores. Nos olivais de azeite a campanha está terminada. A produção foi inferior ao ano anterior, no entanto o bom estado sanitário da azeitona permitiu produção de azeite de muito boa qualidade com fundas médias de 13%.

Lezíria do Tejo e Baixo Sorraia

Quanto às laranjeiras, continuam em repouso vegetativo. Nas zonas mais baixas, já se verificaram alguns prejuízos causados pela geada, essencialmente queimaduras na pele, mas ainda é cedo para fazer um balanço quantitativo. A colheita da azeitona já terminou. O olival encontra-se agora em repouso vegetativo, sem nada a assinalar. A percentagem de variação de azeitona para azeite, na Lezíria do Tejo, em relação ao ano passado, foi de (-33%).

Península de Setúbal

Os pomares de citrinos apresentam desenvolvimento vegetativo normal e presença regular de frutos. As geadas ocorridas ao longo do mês condicionaram o desenvolvimento dos lançamentos jovens e provocaram também a perda de alguma produção. Relativamente a este ponto mantêm-se a informação descrita no relatório de dezembro.

Comentários