publicado a: 2018-12-18

(DRAPLVT) Estado das culturas e previsão das colheitas - Novembro 2018

DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DE LISBOA E VALE DO TEJO

DIVISÃO DE AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL

ESTADO DAS CULTURAS E PREVISÃO DE COLHEITAS
30 novembro 2018


1. Estado do tempo e sua influência na agricultura em geral
O tempo durante o mês de novembro esteve bastante chuvoso registando-se vários dias com aguaceiros e por vezes com períodos de chuva persistente e forte como aconteceu especialmente no dia 11 em que os valores da precipitação caída em 24 h ultrapassaram os 60 mm em várias estações na região.
As temperaturas mantiveram-se relativamente amenas para a época quer durante o dia quer durante a noite, não se tendo ainda registado geada.
O céu apresentou-se em geral muito nublado e o vento soprou maioritariamente fraco a moderado embora em alguns dias se tenham registado algumas rajadas fortes.
Na agricultura em geral, as condições verificadas favoreceram o desenvolvimento das espécies de OutonoInverno instaladas, em particular das pastagens semeadas e espontâneas que no final do mês já apresentavam povoamentos homogéneos e boa coloração.
Durante o mês de novembro iniciaram-se os trabalhos de poda nas vinhas e pomares de folha caduca especialmente as operações mecânicas.
No inicio do mês verificou-se também o inicio de alguns trabalhos de mobilização dos solos para a instalação de cereais outono/invernais, mas a partir de meados do mês esses trabalhos praticamente pararam, pois, os terrenos já se apresentavam sintomas de saturação de água.
A água caída apesar de ter sido maioritariamente retida/infiltrada pelo solo sobretudo nas zonas planas, nas zonas com declives já originou apreciável escorrimento superficial. Registou-se também a elevação dos níveis de água nos reservatórios alguns dos quais apresentam já volumes próximos dos máximos.

2. Fitossanidade: pragas e doenças; intensidade e frequência dos ataques; oportunidade e eficácia dos tratamentos efetuados; prejuízos causados para além do normal.
O mês correu tranquilo do ponto de vista sanitário não se conhecendo situações consideradas anómalas.

3. Prados, pastagens e culturas forrageiras: estado vegetativo das pastagens de sequeiro, prados de regadio e forragens anuais; condições de alimentação das diferentes espécies pecuárias, importância do contributo de forragens verdes, fenos, silagens e rações industriais relativamente a igual período do ano anterior.
Nas pastagens de sequeiro, semeadas e espontâneas, as espécies começaram a despertar nas duas últimas semanas de outubro com a vinda das primeiras chuvas. Durante o mês de novembro desenvolveram-se bem sendo que a partir de meados do mês já permitiam o pastoreio.
Também as forragens anuais semeadas, fundamentalmente azevém, apresentavam no final do mês já bom desenvolvimento com povoamentos regulares e boa cor.
De referir que grande parte das áreas semeadas com disponibilidade de rega ainda não foram regadas pois a precipitação tem sido suficiente para o bom desenvolvimento das culturas.
Na maioria dos casos os efetivos pecuários em regime extensivo continuaram a ser suplementados com alimentos conservados durante praticamente todo o mês, mas em quantidades bastante menores do que aconteceu em igual período do ano anterior uma vez que as pastagens estão mais desenvolvidas.

4.a) Sementeiras de cereais praganosos: como decorreram; como germinaram; aspeto vegetativo das searas, variação das áreas semeadas relativamente ao ano anterior; motivos de variação, caso se tenha verificado.
No inicio do mês registaram-se alguns trabalhos de mobilização dos solos para a instalação de cereais outono/invernais, mas a partir de meados do mês esses trabalhos pararam devido ao elevado nível de saturação dos solos pelo que as sementeiras ainda não se iniciaram.

5.a) Culturas arbóreas e arbustivas, nomeadamente pomares de kiwis e frutos secos e olivais de azeitona de mesa e azeitona para azeite: estado vegetativo; produção, quanto aos aspetos de qualidade e quantidade.
As culturas arbóreas e arbustivas de folha caduca, estão em fim de ciclo tendo-se já iniciado as operações de poda mecânica nas explorações maiores e também a poda manual em explorações de menor dimensão.
Nos olivais a colheita decorreu durante o mês e ainda continua. Em geral os olivais apresentam bom aspeto vegetativo e azeitona muito sã, sem ataques de mosca e gafa significativos, pelo que a qualidade do azeite está a ser muito boa. No entanto a quantidade de azeitona é muito inferior ao ano transato, mantendo-se a estimativa de uma quebra da ordem dos 40 a 50%. Os rendimentos em azeite da azeitona estão também mais baixos do que no ano anterior o que se justifica pelo atraso na maturação da azeitona devido às condições de estado de tempo que se verificaram durante o ano.

6.f) Colheita das culturas arvenses de regadio, em particular o Milho: como decorreu; sua produção quanto aos aspetos de quantidade, rendimento e qualidade, condições de secagem e armazenamento.
A colheita do milho concluiu-se na 1ª quinzena de novembro. Apesar da colheita se ter iniciado só no final de setembro as condições de estado do tempo permitiram que decorresse a bom ritmo e sem interrupções.
Apesar de relativamente ao ano anterior se ter registado uma ligeira quebra na produtividade, que se estima da ordem dos 5%, estima-se um acréscimo da produção global na região superior a 10% devido ao acréscimo da área semeada. Apesar da campanha ter sido mais concentrada no tempo do que o habitual, não se registaram constrangimentos na secagem nem no armazenamento.
No arroz devido ao grande atraso nas sementeiras (estima-se que mais de 80% da área foi semeada já no mês de junho) a ceifa só se iniciou já na 2ª quinzena de outubro e deverá prolongar-se por toda a 1ª semana de dezembro. Verifica-se uma quebra de produtividade de cerca de 20% relativamente ao ano anterior que se justifica pelas baixas temperaturas que se registaram durante a campanha e também por ataques de piriculária acima do habitual.

(7a) - Produção de vinho: funcionamento das adegas, quantidade e qualidade do vinho produzido, perspetivas de comercialização.
A campanha de vinificação ficou concluída ainda durante o mês de outubro. Como referido em relatórios anteriores registou-se uma quebra de produção da ordem dos 20% relativamente à campanha anterior. Em termos de qualidade considera-se a campanha muito boa pois as uvas apresentavam na generalidade muito bom estado sanitário.
Apesar da vindima se ter iniciado apenas na 2º quinzena de setembro, as condições de estado de tempo durante o mês de outubro permitiram que a colheita corresse a bom ritmo permitindo que as adegas laborassem praticamente sem constrangimentos.
As perspetivas de comercialização são otimistas pois o mercado do vinho tem estado a crescer e esperam-se vinhos de boa qualidade.

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