publicado a: 2018-11-22

INE - Tempestade Leslie afeta produção de milho e de arroz

Previsões agrícolas em 31 de Outubro de 2018 do Boletim Mensal de Agricultura e Pescas do INE:

O desenvolvimento vegetativo das searas de milho decorreu com normalidade, com respostas muito positivas ao aumento das temperaturas e da insolação 1 .

No regime de regadio registou-se, face ao normal, um incremento no número de regas e/ou da dotação das mesmas, sem quaisquer constrangimentos relativos às disponibilidades hídricas.

O número de espigas por planta e o seu tamanho fazia antever um aumento de produtividade face à campanha anterior.

No entanto, a ocorrência de fenómenos extremos de vento e precipitação, associados à tempestade Leslie, provocou a acama 2 de muita searas que ainda não tinham sido colhidas na região do Baixo Mondego e do Pinhal Litoral, dificultando/impossibilitando a colheita e reduzindo o rendimento unitário.

Assim, no milho de regadio, e apesar do aumento da área semeada, prevê-se que a produção se mantenha próxima da alcançada na campanha anterior.

Também no arroz se verificaram cenários distintos nas principais zonas produtoras.

No Ribatejo e Alentejo o desenvolvimento vegetativo foi bom, com as searas a apresentarem povoamentos muito homogéneos, boa coloração e ausência de sintomas de problemas fitossanitários.

As ceifas iniciaram-se na segunda quinzena de outubro e ainda não terminaram, registando produtividades muito próximas das da campanha anterior.

Em contrapartida, na Beira Litoral, onde já se concluíram as ceifas no Baixo Vouga, observaram-se searas afetadas com periculária (originando uma elevada percentagem de grãos falidos por panícula) e muitas infestantes, nomeadamente milhã e arroz-bravo, o que diminuiu a produtividade da região.

A passagem da tempestade Leslie também afetou os campos de arroz do Baixo Mondego, agravando as perdas de rendimento unitário.

Globalmente estima-se uma produção de 171 mil toneladas, 5% inferior à de 2017.



1 As plantas de metabolismo C4, como o milho, apresentam uma taxa fotossintética elevada, com uma correlação direta muito forte entre o rendimento e a radiação solar.

2 Acidente de causas meteorológicas (neste caso), fisiológicas ou fitossanitárias, que se carateriza pela inclinação e/ou queda das plantas.

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