publicado a: 2018-08-06

Trump permite uso de pesticida que mata abelhas pondo em causa ecossistemas

A administração de Donald Trump reverteu mais uma medida da era Obama ao levantar a proibição do uso de pesticidas ligados ao declínio das abelhas. A medida afeta também outros animais que precisam de habitats livres de toxinas e que encontravam esses espaços em refúgios de vida selvagem.

"A agricultura industrial não pode ser usada em refúgios dedicados à conservação da vida selvagem e à proteção de algumas das espécies mais importantes e vulneráveis", reagiu a analista da Defenders of Wildlife Jenny Keating, citada pelo The Guardian.

A atividade agrícola é permitida de forma limitada em alguns refúgios naturais, sendo permitidas cooperativas para produzir mais alimentos ou melhorar o habitat dos animais ali existentes. Esta decisão da Casa Branca coloca fim à lei que proibia a estes agricultores cultivar alimentos como soja e milho, preparadas para resistir a pragas de insetos e herbicidas controladores de ervas daninhas. Estava também proibido o uso de neonicotinóides, relacionados por vários estudos com o declínio de populações de abelhas e outros insectos polinizadores em todo o mundo, juntamente com culturas transgénicas.

O vice-diretor do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, Greg Sheehan, explicou que, em vez de uma proibição generalizada, as autoridades passarão a analisar caso a caso.

Nos últimos anos, os cientistas notaram um declínio significativo no número de abelhas em todos os continentes, excepto na Antártida, onde estes animais simplesmente não existem: uma descida entre 25% a 30%. A extinção das abelhas prejudicaria os ecossistemas de todo o mundo e poderia provocar a fome mundial, já que estes animais polinizam a maior parte das áreas de cultivo.

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