publicado a: 2020-05-21

Bruxelas quer reduzir em 50% o uso de pesticidas até 2030

Comissão Europeia lançou duas estratégias para travar a perda de biodiversidade e reforçar a sustentabilidade da cadeia alimentar

A meta de reduzir em 50% a utilização e do risco dos pesticidas faz parte da “Estratégia do Prado ao Prato” apresentada nesta quarta-feira pela Comissão Europeia, a par da “Estratégia de Biodiversidade”, dois instrumentos que visam travar a perda de biodiversidade e reforçar a sustentabilidade da cadeia alimentar, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu.

Da “Estratégia do Prado ao Prato” fazem ainda parte os objetivos de diminuir de, pelo menos, 20% da utilização de fertilizantes, bem como cortar em 50% as vendas de agentes antimicrobianos para animais de criação e de aquicultura. Há também a ambição de ter 25% das terras agrícolas sob produção biológica.

Os agricultores, os pescadores e os aquicultores europeus receberão apoio da Política Agrícola Comum e da Política Comum das Pescas através de novas fontes de financiamento e de regimes ecológicos para a adoção de práticas sustentáveis.

20 mil milhões por ano

Já a “Estratégia de Biodiversidade” aborda os principais fatores de perda da variedade de espécies, como a utilização insustentável das terras e dos mares, a sobre-exploração dos recursos naturais, a poluição e as espécies exóticas invasoras. Terá um financiamento de 20 mil milhões de euros por ano através de várias fontes, incluindo fundos da União Europeia (UE) e financiamento nacional e privado.

Propõe medidas concretas para colocar a biodiversidade da Europa na via da recuperação até 2030, incluindo transformar pelo menos 30% das terras e dos mares da Europa em zonas protegidas geridas de forma eficaz e repor elementos paisagísticos de grande diversidade em, pelo menos, 10% da superfície agrícola.

O Executivo comunitário adotou nesta quarta-feira a “Estratégia de Biodiversidade” com o objetivo de trazer a natureza de volta às nossas vidas, e a “Estratégia do Prado ao Prato” em defesa de um sistema alimentar justo, saudável e amigo do ambiente, sendo que ambas se reforçam mutuamente, “reunindo a natureza, os agricultores, as empresas e os consumidores para trabalharem em conjunto com vista a um futuro sustentável e competitivo.

Adotadas no auge da pandemia de Covid-19, Bruxelas considera que estas se enquadram no plano de recuperação da UE, no reforço da resiliência a futuros surtos, bem como para proporcionar oportunidades de negócio e de investimento imediatas a fim de restaurar a economia europeia.

As estratégias terão que ser aprovadas pelo Conselho da UE e pelo Parlamento Europeu.

O Pacto Ecológico Europeu, apresentado pela Comissão Europeia em 11 de dezembro de 2019, define um roteiro para uma economia circular com impacto neutro no clima, em que o crescimento económico esteja dissociado da utilização dos recursos.

Grupos ambientalistas europeus saudaram a apresentação, pela Comissão Europeia, das estratégias da biodiversidade e do “prado ao prato”, assinalando que foi ouvida a ciência para propor os “importantes compromissos”.

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