publicado a: 2018-11-19

CASTELO BRANCO – Cidade demonstra crescimento e aposta no setor apícola

Em dez anos o setor cresceu em número de colmeias e de apicultores a nível nacional... Este fim-de-semana Castelo Branco foi a capital do mel com a realização da 17ª Feira Nacional do Mel e o 19º Fórum Nacional de Apicultura. Na feira estão representadas 21 associações de produtores. Conta ainda com mais de quatro dezenas de expositores, onde não falta o material relacionado com o setor apícola.

Congratulando-se por ser a cidade albicastrense a receber este evento, Luís Correia, presidente da câmara, lembrou a aposta que tem sido feita em torno do setor agroalimentar, com "inovação e investigação” e com a criação do InovCluster, “uma associação com mais de 170 associados da região centro”. O autarca deu também conta que “em 2018 duplicámos a produção de mel na Central Meleira e aumentámos o número de apicultores a fazer ali a sua extração”. A aposta é, por isso, para continuar, garantiu Luís Correia.

Igualmente presente nesta inauguração, Manuel Gonçalves, da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, deixou ao secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, Luís Medeiros Vieira, três reivindicações. Começou assim por deixar o “repto para que Portugal defenda em Bruxelas que o plano 2020 tenha o orçamento necessário e que repercuta o que somos e merecemos”. Neste aspeto, o secretário de Estado deu conta que o Plano Apícola Nacional tem uma verba anual de 2,6 milhões de euros para apoios e que entre 2020/2027, e no âmbito da política agrícola que está em discussão, serão disponibilizados 4,5 milhões de euros por ano.

Manuel Gonçalves pediu ainda que a Política Agrícola Comum (PAC) “considere a especificidade do setor apícola porque o apicultor é um agricultor mas sem terra” e que “não discrimine os apicultores relativamente aos outros produtores pecuários”.

No que respeita à rotulagem, Manuel Gonçalves pediu ao Governo que “proponha em Bruxelas a alteração da diretiva de rotulagem do mel que permita informar o consumidor europeu acerca do que está a comprar”. Nesta matéria, o governante informou que “a rotulagem só permite colocar a origem do produto e Portugal só tem que continuar o caminho que está a seguir”, ou seja “em todas as embalagens colocar ‘origem em Portugal’, significando que é produzido e transformado em Portugal, com abelhas portuguesas”, disse. Ao mesmo tempo deixou um repto aos apicultores para “trabalharem mais em termos de organização e reforçarem mais as organizações de produtores”, pois “das 14 mil toneladas que se produzem no país, só 80 toneladas passam pelas organizações de produtores. Há qualquer coisa aqui que não está a funcionar”, considerou, deixando a ideia de que “só através de uma maior concentração é que se é capaz de atuar junto dos mercados internacionais de outra maneira”.

O membro do governo deixou ainda demonstrado, através de alguns números, que o setor tem vindo a crescer em apicultores e apiários. Em dez anos passou-se de quatro apiários para 15 e de 34 colmeias por apicultor para 60.

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