publicado a: 2020-05-05

Cerejas do Fundão com quebras superiores a 50%

2020 é um ano quase para esquecer para os produtores da cereja do Fundão. O novo coronavírus obrigou à adoção de um conjunto de medidas de segurança para produtores e consumidores e houve quebras de produção superiores a 50%.

A cereja, a imagem de marca do Fundão, é vital para este município da Cova da Beira. Só este fruto vale 20 milhões de euros por ano à economia local.

Dos pomares do Fundão saem anualmente, em média, 7 mil toneladas de cerejas. Este ano, nem metade da colheita vai ser feita devido ao mau tempo que assolou a zona da serra da Gardunha, entre finais de fevereiro e abril. A Cova da Beira registou fortes chuvadas, neve e geada, condições meteorológicas adversas para a produção deste fruto de época.

"Está a ser um ano dramático. Temos uma produção com um decréscimo superior a 50%", salienta à TSF o produtor Luís Filipe, que estima ter um prejuízo superior a 50 mil euros.

Segundo este fruticultor, este ano "há poucas cerejas nesta fase inicial" da campanha. Por norma, a apanha estende-se até ao início de julho. "Quando chegar o 10 de junho (feriado) já não temos cerejas, não há hipóteses, não as temos nas árvores e não as vamos poder colher", refere.

Estas perdas já levaram o presidente da Câmara do Fundão a solicitar uma "ajuda extra" ao Ministério da Agricultura, defendendo que a antecipação dos apoios comunitárias pode minorar as dificuldades de tesouraria dos fruticultores. Paulo Fernandes reclama ainda uma intervenção da tutela junto das seguradoras.

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