publicado a: 2019-03-21

Floresta deve apostar em actividades complementares e promover rentabilização da madeira

O primeiro-ministro António Costa afirmou que a Reforma da Floresta é essencial para que esta se possa tornar num “factor de riqueza colectiva”. E sublinhou que a floresta deve associar-se a actividades complementares e promover a rentabilização e valorização da madeira.

Em Figueiró dos Vinhos, Leiria, na apresentação da estratégia da Florestgal, o primeiro-ministro salientou a importância de “saber gerir a floresta”, para que esta deixe de estar abandonada ou entregue à exploração de espécies de crescimento rápido.

Apicultura e turismo

“Temos de passar para a floresta que produz, que associa o desenvolvimento de outras actividades complementares como a apicultura e o turismo, que promove a rentabilização e valorização do aproveitamento da madeira e que possa aproveitar todos os frutos e produtos associados e ter uma diversidade que permita ser resiliente ao fogo e não cause ameaça às populações”, referiu António Costa.

A Florestgal é uma empresa pública de gestão e desenvolvimento florestal criada com o objectivo de contribuir para a sustentabilidade da floresta, incentivando o planeamento e gestão sustentável, e também para um território mais resiliente aos incêndios e mais seguro para os habitantes.

Objectivos da Florestgal

“O objectivo fundamental da Florestgal é pegar num conjunto de propriedades que hoje estão inactivas, improdutivas, que não geram rendimento e que são uma ameaça para a segurança, e fazer uma gestão economicamente viável, que permita rendimento para os proprietários, acrescentar valor para o território, manter a floresta bem gerida e sem risco para a segurança”, disse ainda o primeiro-ministro.

António Costa destacou que o facto de a empresa estar sediada em Figueiró dos Vinhos, um dos municípios mais afectados pelos incêndios de Junho de 2017, é “uma forma de dizer de novo àqueles que perderam os seus entes queridos” que ninguém esquece o ocorrido e que se exige fazer tudo para que não volte a acontecer.

86 propriedades em 26 concelhos

A empresa dispõe de 86 propriedades em 26 concelhos, num total de 14 mil hectares, e pretende incentivar o emparcelamento de terrenos para reduzir a fragmentação da propriedade e da produção, e será um parceiro para a população que não tem recursos financeiros para fazer a limpeza e a gestão da sua floresta.

“Podem encontrar uma fonte de rendimento para remunerar uma propriedade, que hoje não dá rendimento e ainda provoca dores de cabeça”, acrescentou António Costa.

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