publicado a: 2019-01-29

Ministro da Agricultura admite "alguma preocupação" com seca a sul

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, manifestou, esta segunda-feira, em Bruxelas preocupação com a situação de "seca fraca" no sul de Portugal, ressalvando que as previsões apontam para o regresso da chuva em fevereiro.

"Não escondo alguma preocupação", disse aos jornalistas Luís Capoulas Santos, à margem do Conselho de ministros da Agricultura da União Europeia (UE), acrescentando: o sul do país está confrontado "com aquilo que poderemos convencionar como seca fraca".

"As pastagens, os cereais, para além da recarga das águas subterrâneas ou mesmo das albufeiras, podem começar a sofrer efeitos negativos", reconheceu Capoulas Santos, adiantando que as estimativas apontam que fevereiro seja um mês com chuva.

No ano passado, lembrou, março foi um mês muito chuvoso, o que permitiu repor o nível das barragens.

No início de janeiro, a Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre mostrou-se "apreensiva" com a falta de chuva na região, considerando que a situação poderá comprometer o desenvolvimento das pastagens e das culturas instaladas de outono/inverno.

"Estamos em pleno inverno e o mês de dezembro não foi normal. Começa a preocupar-nos um bocadinho esta situação", afirmou então a presidente da associação de agricultores, Fermelinda Carvalho, em declarações à agência Lusa.

Segundo relatou a responsável associativa, as pastagens naturais, "já nascidas", e as culturas de outono/inverno podem ficar "comprometidas" caso não chova nas próximas semanas.

"A situação não é dramática, mas estamos apreensivos, porque não se perspetivam nos próximos dias tempos chuvosos, o que era bom", disse.

A presidente da associação de agricultores mostrou-se ainda preocupada com o futuro das reservas de água nas albufeiras, uma vez que esta altura do ano seria a época de armazenamento para garantir, depois, o abeberamento dos animais.

Portugal continental estava no final de dezembro em seca meteorológica fraca a sul do Tejo devido aos baixos valores de precipitação registados naquele mês, classificado como quente e muito seco, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com índice meteorológico de seca (PDSI) disponível no 'site' do IPMA, a 31 de dezembro, 53,3% do território estava na classe de seca fraca, 13,7% na classe normal e 33% na classe de chuva fraca.

Segundo o Boletim Climatológico do IPMA, o mês de dezembro em Portugal Continental classificou-se como quente em relação à temperatura do ar e muito seco em relação à precipitação

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