publicado a: 2018-12-06

Óleo de palma associado à desflorestação vai ser proibido na Noruega

A Noruega vai ser o primeiro país do mundo a proibir a compra de óleo de palma ligado à destruição das florestas tropicais à indústria dos biocombustíveis. A decisão foi aprovada ontem, dia 3, no parlamento e terá efeitos a partir de 2020.

Objetivo é salvar florestas, prevenir as alterações climáticas e proteger os orangotangos em risco devido à desflorestação.

O processo político durou o seu tempo, já no ano passado foi aprovada uma lei que impedia o próprio governo de comprar óleo de palma extraído de zonas de risco, mas a norma não foi totalmente implementada tendo o executivo optado por legislação avulsa sobre o tema.

Agora, a lei aprovada inclui todo o mercado de combustíveis com o intuito de proibir os biocombustíveis que contribuem para os riscos ambientais.

No ano passado, e devido ao corte na utilização de combustíveis fósseis nos transportes públicos, o consumo de óleo de palma atingiu níveis record na Noruega. Por isso, os ambientalistas locais não só aplaudiram a votação como disseram que a medida poderá influenciar outros países a ir na mesma direção.

A desflorestação dos principais locais onde se extrai o óleo de palma, como a Indonésia, tem sido associada à diminuição da vida selvagem, nomeadamente dos orangotangos além da perseguição que é feita ao povos nativos.

A União Europeia já prometeu acabar com os biocombustíveis associados à desflorestação e destruição de habitats naturais, mas não antes de 2030.

“A decisão do parlamento norueguês é um exemplo importante para outros países e demonstra a necessidade de uma reforma séria na indústria mundial do óleo de palma”, disse Nils Hermann Ranum, da Rainforest Foundation Norway.

Recorde-se que um relatório da consultora ambiental Cerulogy feito em parceria com a Rainforest Foundation revelou que a procura de óleo de palma vai crescer seis vezes mais na próxima década se as metas para os biocombustíveis se mantiverem. O resultado serão 7 mil milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono, mais do que as emissões anuais dos EUA.

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