publicado a: 2019-05-15

Produção de cereja deverá atingir sete mil toneladas

Se a chuva o permitir, este ano a produção de cereja no concelho do Fundão deve chegar às sete mil toneladas. A estimativa é avançada ao JF pelo presidente da Câmara do Fundão, na semana em que as primeiras cerejas começaram a ser vendidas no concelho.

Ressalvando que a confirmação desta perspetiva depende sempre do estado do tempo e que o calor “brutal” de março já provocou perdas nas variedades mais precoces, Paulo Fernandes faz as contas com base nos dois mil hectares de cerejal que há no concelho.

Ou seja, se em cada hectare produzir uma média 3,5 toneladas (nuns será mais e noutros menos devido às perdas ou calibres reduzidos) é provável que a produção ronde as tais sete mil toneladas.

Cerejas cuja qualidade é amplamente reconhecida e que volta a ser promovida ao nível municipal. O programa deste ano ainda não foi apresentado, mas Paulo Fernandes adiantou ao JF que haverá uma aposta no reforço da proximidade ao consumidor, concretizada através de ações realizadas em mercados tradicionais e emblemáticos de diferentes zonas do país.

Na componente da internacionalização está prevista a realização de uma ação promocional em França.

França é, de resto, um dos mercados para os quais a Cerfundão já está a exportar. Juntam-se-lhe países como Holanda, Suíça, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica e, por enquanto, Inglaterra, referiu ao JF Luís Pinto, diretor comercial desta organização de produtores.

Segundo especificou, Portugal continua a ser o principal mercado da Cerfundão, mas as exportações têm vindo a crescer e espera-se que este ano representem cerca de 30 por cento das transações.

Em termos globais, a Cerfundão espera receber entre 800 a mil toneladas de cereja, número que naturalmente também depende da “vontade” do São Pedro.

“Entre a chuva e o sol nunca há anos perfeitos, mas acreditamos que este ano pode ser um ano interessante. Se tudo correr bem, acreditamos que podemos andar entre as 800 e as mil toneladas”, apontou, assumindo “apreensão e expectativa” pelo facto de estar anunciada chuva para esta semana e, logo depois, uma subida muito elevada da temperatura.

Preocupados com a chuva estão também Alzira Maceiras, Luís Duarte e Ermelinda Costa, os três produtores que, na terça-feira, já estavam a vender cereja junto à entrada Sul (Donas) da cidade. Alzira Maceiras “inaugurou” a época e vendeu a primeira caixa de dois quilos por 12,5 euros e meio. São pouco mais de seis euros por quilo e menos do que o valor cobrado o ano passado.

“Tem de ser assim porque as pessoas também não têm muito dinheiro”, diz, sublinhando que o preço já desceu. Os valores também mudam de acordo com as variedades e calibres, sendo que as cerejas maiores foram as que mais rapidamente conquistaram Maria Diogo Santos, que na terça-feira fez negócio com Ermelinda Costa.

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