publicado a: 2018-09-26

Quercus acusa Governo de não condenar uso de fertilizantes com o metal pesado cádmio

A Quercus contesta a posição do Governo sobre a redução dos níveis de cádmio nos fertilizantes e acusa o executivo de estar a bloquear a discussão sobre este tema.

Carla Oliveira, da Quercus, faz parte do Grupo de Trabalho da Agricultura, explica que não compreende a posição do governo português, quando estão provados os malefícios do cádmio.

"O cádmio que existe nos fertilizantes agrícolas passa para a cadeia humana e é altamente prejudicial para o ambiente e para o consumo humano, é cancerígeno de grau 1. A Quercus já pediu esclarecimentos ao governo, nunca obteve respostas. Além disso, a Assembleia da República pediu em abril uma audiência ao ministro a da agricultura e à Diretora Geral da Comissão dos Assuntos Económicos para que se abrisse uma discussão e até à data de hoje não se realizou."

Carla Oliveira sublinha que aguardam desde abril por explicações do governo. O Parlamento aprovou um Projeto de Resolução a pedir ao executivo para votar em Bruxelas a favor de limites de cádmio baixos e aprovaram a chamada do executivo à Comissão de Agricultura para dar explicações sobre a posição de Portugal, mas ainda nada aconteceu.

"Este Projeto de Resolução pretende pedir ao Governo para que esteja mais atento ao ambiente e a este caso em concreto e para que defenda em Bruxelas limites de cádmio mais reduzidos, da mesma forma que defendem a maior parte dos países europeus. Sendo que Portugal constitui uma minoria de bloqueio, com mais cinco países europeus, que estão a impedir que se vote em Bruxelas os limites de cádmio reduzidos abaixo dos 60 miligramas".

A Comissão Europeia quer reduzir os níveis de cádmio presentes nos fertilizantes usados na agricultura e em outubro é votada a nova proposta legislativa.

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