publicado a: 2018-10-22

Quercus pede que empresas de celulose paguem controlo de eucaliptos

O presidente da associação diz que o crescimento de eucaliptos "até às estradas" deve ser controlado e quem deve pagar é quem usa a árvore para fazer papel.

A Quercus quer que as empresas de celulose paguem mais impostos. O apelo da Associação Nacional de Conservação da Natureza vem depois de áreas como Pedrógão Grande e Oliveira do Hospital, que foi fortemente atingida pelos incêndios de 15 de outubro de 2017, estarem a sofrer de uma invasão de eucaliptos, provocada por um fenómeno da regeneração natural.

O presidente da Quercus, João Branco, adverte para o "nascimento descontrolado de eucaliptos, mesmo até às estradas e até às casas". Em entrevista à Renascença, João Branco admite que o controlo do eucalipto "é uma ação que é muito cara de consertar", pelo que devem ser as empresas de celulose a pagar.

"Nós, na Quercus, pensamos que as empresas de celulose e as empresas ligadas ao eucalipto deverão ser chamadas a pagar, por exemplo, um imposto especial para financiar estas ações que são necessárias", afirma.

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, já tinha protestado contra o crescimento do eucalipto no concelho, avisando que o problema “é termos muitos e muitos milhares de eucaliptos a nascerem de forma espontânea e completamente desordenada, em zonas onde nem sequer existia a espécie”.

Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa esteve na Mata da Nossa Senhora do Castelo, em Vouzela, a arrancar eucaliptos e também alertou para o risco que vem do crescimento descontrolado de eucaliptos. “Estamos preocupados. A natureza fez irromper outra vez eucaliptos por toda a parte, quer aqui, quer na área atingida em junho” e espera que o Estado trabalhe “para corrigir essa tendência".

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