publicado a: 2023-03-03

XIV Congresso Nacional do Milho 2023 | Conclusões e Apresentações

No ano em que celebra 35 anos, a ANPROMIS mobilizou cerca de 900 pessoas, dos quais 300 alunos, para participarem no XIV Congresso Nacional do Milho, que decorreu em Santarém, nos passados dias 15 e 16 de fevereiro, revelando assim mais uma vez a reconhecida capacidade mobilizadora desta nossa Organização.

Em Santarém, cidade que se designa como capital da agricultura de regadio, foram muitos os agricultores, técnicos e académicos que se juntaram para discutir vários temas desde o papel da agricultura na geopolítica mundial até ao PEPAC, passando pelo regadio e a energia, questões centrais na agricultura nacional.

O XIV Congresso Nacional do Milho foi também um momento para assinalar os 35 anos da ANPROMIS, com um vídeo comemorativo e, à semelhança do que aconteceu no 25.º aniversário, ex-ministros da agricultura juntaram-se para debater o futuro da agricultura portuguesa.

Após dois dias de debate, a ANPROMIS conclui:

  • O XIV Congresso Nacional do Milho revelou, mais uma vez, a grande capacidade mobilizadora da fileira do milho que como nenhuma outra no nosso país, mobiliza pessoas e dinamiza iniciativas.
  • A agricultura é essencial para a segurança alimentar do mundo. Num mundo que vive uma situação geopolítica imprevisível, é importante a Europa garantir a segurança alimentar dos seus cidadãos e definir uma estratégia agrícola que defenda os Estados-membros.
  • Os desafios do setor agroalimentar passam também por assegurar que os mais desfavorecidos continuam a ter acesso a alimentos produzidos de forma segura e com qualidade.
  • A situação geopolítica mundial traz novos desafios aos agricultores que têm de continuar a produzir alimentos, apesar dos custos crescentes da energia e dos fatores de produção.
  • O agricultor é um agente energético, tende a produzir energia, mas compra também muita dela. A energia é assim um dos grandes desafios dos agricultores de regadio pelo que urge pensar novas estratégias, sendo que uma delas passa por produzir a própria energia com a colocação de painéis fotovoltaicos nas explorações agrícolas.
  • A água e o desenvolvimento rural estão indiscutivelmente ligados no mediterrâneo, pelo que não podemos conceber um desenvolvimento territorial sem uma agricultura bem implementada e que traga rendimento aos agricultores.
  • Num período marcado pelas alterações climáticas, o nosso país deverá apostar de forma decidida na expansão de novas áreas regadas, no reforço das reservas de água existentes e na reabilitação de alguns dos perímetros de rega mais antigos.
  • A ajuda ligada prevista no âmbito do PEPAC para o milho grão e para o milho silagem constitui um sinal bastante positivo para esta fileira. Revela-se no entanto fundamental que a mesma vá sendo ajustada em função do decréscimo do pagamento base previstos para esta cultura até 2026.
  • É imperioso que o PEPAC na sua vertente ambiental (eco-regimes e medidas agro-ambientais) seja ajustado às reais necessidades do sector agrícola, nomeadamente com a criação de uma medida no âmbito da agricultura de precisão.
  • Ao nível da Produção Integrada e da medida do Uso Eficiente da Água é fundamental que tanto as normas como as tabelas de dotação de rega, sejam ajustadas à realidade agrícola nacional, sob pena de se excluir deste apoio uma vasta área do nosso território.
  • As Organizações de Produtores (OP), como estruturas essenciais para a concentração da oferta, são fundamentais à competitividade da agricultura portuguesa e o seu contributo deve ser reconhecido através do reforço das suas atribuições no âmbito do novo PEPAC, discriminando muito positivamente os agricultores que comercializam a sua produção através delas.
  • Face aos crescentes efeitos das alterações climáticas que se fazem sentir em grande parte do território europeu, a Assembleia Geral da CEPM que reuniu no dia 16 fevereiro no âmbito deste Congresso, concluiu que a União Europeia deve olhar para o regadio de uma forma muito mais atenta e desassombrada, pois a falta de precipitação está a afectar um número crescente de Estados-membros.
  • A CEPM registou também com especial agrado a decisão do Tribunal Europeu de considerar as técnicas de mutagénese in vitro como não estando sujeitas à Directiva dos OGM, o que facilitará certamente a implementação das Novas Técnicas Genómicas no espaço europeu, com evidentes benefícios para o sector do milho.
  • Urge o Ministério da Agricultura reforçar o seu peso político dentro da orgânica do Governo, de forma a defender com a devida veemência um sector que se revela tão importante para o coesão do nosso território.

Reveja às 4 apresentações efetuadas:

Qual o papel da agricultura na geopolítica mundial?
Orador: Máximo Torero (Economista-chefe da FAO) (Consulte a apresentação)

Crise energética: Como nos adaptarmos?
Oradora: Maria João Coelho (BCSD Portugal) (Consulte a apresentação)

A importância do regadio para os países mediterrânicos
Orador: Plácido Plaza (Secretário-geral do CIHEAM) (Consulte a apresentação)

A produção de milho no âmbito do novo PEPAC
Orador: Eduardo Diniz (Director-geral do GPP) (Consulte a apresentação)


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