publicado a: 2015-03-27

Análise semanal dos mercados

24 março

Nos mercados europeus, depois de uma semana em que os preços estiveram muito fortes, suportados pela desvalorização do euro, a semana começou com uma pequena queda nos preços.

Com o euro a começar a recuperar efectuaram-se uma série de negócios de exportação.

Um factor relevante é a actual falta de chuvas em França, numa altura em que os trigos começam a espigar. Todos os olhos estão virados para a evolução climatérica dos próximos dias, onde é esperada alguma chuva.

Estabilidade da colza que beneficia, por um lado da alta do preço da soja e é prejudicada pela descida do preço do óleo de palma.

Os preços do mercado americano registaram uma ligeira subida, fruto da desvalorização do dólar. Os fundos de investimento estiveram muito activos, estando compradores de 8.000 lotes de milho, 6.000 lotes de soja e 2.000 lotes de trigo.

A soja registou nova subida de preço, motivada, sobretudo, pela evolução dos mercados financeiros a nível mundial e também pela situação política no Brasil. Não se sabe se o programa fiscal vai ser aprovado naquele país, pelo que os fundos de investimento estão a investir em commodities e a vender dólares.

No mercado do Mar Negro a situação é muito calma, com as quantidades semanais exportadas dentro da normalidade. O milho ucraniano está novamente muito competitivo face ao milho francês, pelo que continua a ser exportado para a Península Ibérica.


25 março

Descida generalizada dos cereais nos mercados europeus devido, sobretudo, às precipitações que começaram a ocorrer no norte da Europa na altura em que as culturas começam a espigar. Outra situação que puxou os preços para baixo foi a desvalorização do dólar.

Ligeira descida da colza, apesar das previsões de redução da produção europeia.

No mercado americano descida do preço do trigo, devido ao anúncio de chuvas para os próximos dias. O milho esteve relativamente estável, numa altura em que começam as sementeiras. Aos preços actuais a soja é muito mais rentável que o milho, pelo que é normal que seja transferida alguma área de cultivo de milho para a soja.

Os fundos estiveram compradores de 8.000 lotes de milho e vendedores de 5.000 lotes de trigo.

Preços da soja muito estáveis no mercado americano, com os operadores numa posição de expectativa dos dados de previsão de área plantada para este ano, que vão ser publicados pelo Departamento Agrícola dos Estados Unidos na próxima semana.

No mercado do Mar Negro, de registar o défice hídrico que atinge algumas zonas da Rússia, que juntamente com as baixas temperaturas que se fazem sentir, podem vir a condicionar a produtividade do trigo.


26 março

Descida de preços dos cereais nos mercados europeus dos stocks existentes da passada campanha. A descida é menos acentuada nos preços desta campanha, pois existe uma grande expectativa na evolução das culturas no norte da Europa, onde tem chovido muito pouco para esta época do ano e também pela incerteza da área que será semeada na Rússia esta Primavera.

Mesmo com a ligeira recuperação do euro face ao dólar, os cereais europeus continuam a ser os mais competitivos a nível mundial.

A colza também desceu de preço.

No mercado americano estabilidade para o preço do milho, enquanto que o trigo registou uma descida com o anúncio de que a produção mundial este ano deve ser muito similar ao ano passado.

A soja registou alguma estabilidade, mas está pressionada para descer, uma vez que avança a bom ritmo a colheita no Brasil e as produtividades devem ser boas.

No mercado do Mar Negro de realçar o optimismo das autoridades russas, que prevêem ultrapassar as 100 milhões de toneladas de cereais, apesar de considerarem que perto de 3 milhões de toneladas têm de ser ressemeadas esta Primavera.


27 março

Nova descida do preço dos cereais nos mercados europeus, sobretudo no que diz respeito ao trigo que está a sofrer pressões das boas perspectivas de produção a nível mundial. Outro factor negativo para os preços foi a ligeira recuperação do euro face ao dólar.

Esta semana Bruxelas emitiu certificados à exportação de 721.000 toneladas de trigo e 14.000 toneladas de cevada. Foram também emitidos certificados à importação de 189.000 toneladas de milho.

Depois de o COPA-COGECA ter revisto em baixa as suas previsões de produção de cereais para este ano em cerca de 8 milhões de toneladas, a Coceral também apresenta as suas previsões com reduções ainda mais fortes, ou seja, cerca de menos 10 milhões de toneladas de trigo e 2 milhões de toneladas de cevada.

A colza teve uma ligeira subida, devido à valorização do barril de petróleo, consequência da situação no Iémen.

No mercado americano descida da cotação de todos os produtos. Para esta situação muito contribuiu a posição dos fundos que estiveram vendedores de 9.000 lotes de trigo, 7.000 lotes de milho e 4.000 lotes de soja.

O aparecimento das chuvas nas zonas produtoras de trigo e o baixo montante exportado de cereais esta semana foram também muito importantes na evolução dos preços.

A soja teve uma ligeira descida, com os operadores na expectativa do relatório do Departamento Agrícola dos Estados Unidos de 31 de Maio próximo, que irá indicar as previsões de área semeada para a campanha deste ano.

A oferta brasileira começa a ser mais barata que a americana e estima-se que na última semana os chineses compraram 2 milhões de toneladas de soja no Brasil. No entanto, segundo os analistas, não é credível que a soja possa vir a descer de preço.

No mercado do Mar Negro nada de relevante a salientar.


Fonte: Agroinfo

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