publicado a: 2019-04-16

24H Agricultura Syngenta: uma competição formativa que não se esquece

Há um antes e um depois das 24H AGRICULTURA SYNGENTA. Quem participa não esquece e muitos são os estudantes que voltam ano após ano. A 4ª edição desta competição formativa decorreu na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve e na Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, a 6 e 7 de Abril. Participaram alunos de 13 instituições de ensino portuguesas e espanholas.

«As equipas mostraram grande espírito de camaradagem e todos os estudantes aprenderam novos conceitos sobre Agricultura Circular e de aplicação da política dos 3R- Reduzir, Reutilizar, Reciclar. As 24H Agricultura Syngenta são para a APH uma forma de contato com as novas gerações de profissionais do setor agrícola, demonstrando a vitalidade da nossa Associação e a sua determinação em perpetuar a missão de partilha de conhecimento técnico-científico», afirma José Alberto Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Horticultura, a entidade que organiza este evento em parceria com a IAAS Portugal- Associação Internacional de Estudantes de Agricultura e Ciências Relacionadas, a SFORI, empresa de formação experiencial e um conjunto de empresas patrocinadoras ativamente envolvidas na preparação, acompanhamento e avaliação das provas.

A competição teve início às 8h de sábado com uma atividade “Quebra-Gelo – Networking Challenge”, na qual os concorrentes foram desafiados a estabelecer o primeiro contato com as equipas adversárias. Seguiu-se uma apresentação de enquadramento sobre Agricultura Circular, realizada por Maria de Belém Costa Freitas, docente da FCT-UAlg, que serviu de mote à redação de um artigo sobre o “Contributo do agricultor para a agricultura circular”. Grande parte da manhã foi dividida entre três provas práticas: enxertia de plantas de citrinos, sob orientação da APH/ FCT-UAlg, plantação de alface e couve brócolo e instalação de sistema de rega (manga e fita), com medição da pressão da água e identificação de peças, prova sob orientação da Magos Irrigation Systems.

Paralelamente foram distribuídas provas teóricas para resolução ao longo do dia. A Hubel Agrícola levou os estudantes a programar a rega numa estufa de framboesas através da sua App FulgurIt, a partir da qual controla online o clima, a fertirrega e outros equipamentos instalados na estufa. A Syngenta questionou os concorrentes sobre os produtos homologados para o controlo do míldio em citrinos e controlo da traça-do-limoeiro, de acordo com as normas da Produção Integrada e do Modo de Produção Biológico e levou-os a calcular a quantidade de produto a utilizar para um volume de calda e área de pomar determinados.

A parte da tarde decorreu no Patacão, na sede da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, com um carrossel de provas práticas variadas, que serviram de base à elaboração de um Plano de Exploração de citrinos em PRODI – Produção Integrada e batata em MPB – Modo de Produção Biológico, bem como ao preenchimento dos respetivos Cadernos Campos. O cenário foi um pomar de citrinos onde os concorrentes experimentaram tratores da John Deere, pulverizadores Rocha e equipamentos Caliset fornecidos pela Syngenta. Os desafios foram múltiplos: calibrar pulverizadores, calcular o débito de calda por bico, calcular o volume da calda e determinar a velocidade de avanço do trator ajustada à pulverização pretendida. Ainda no pomar identificaram infestantes, pragas e doenças, mediram a densidade dos Adubos Blue Diamond, comercializados pela Hubel Verde e regularam distribuidores de adubo.

Também descobriram como as telas de solo da marca Cotesi podem influenciar positivamente o ecossistema do pomar, conservando a humidade do solo, diminuindo a dotação de rega exigida e evitando o aparecimento de infestantes, o que reduz a necessidade de aplicação de herbicidas. Para tal, realizaram medições de humidade de solo em linhas de laranjeiras com tela versus sem tela, observaram as diferenças do pomar nas duas modalidades e responderam a questões sobre as intervenções de campo evitadas com o uso das telas. Numa parcela cultivada com batata os estudantes calcularam as doses e aplicar do produto Tecniferti Mol, fertilizante da linha Tecniferti Bio, e foram desafiados a elaborar um plano de fertilização com fertilizantes desta marca.

A Galucho apresentou o triturador GSAP 180, uma alfaia que ajuda a manter o pomar “limpo”, pois trata-se de um modelo especialmente concebido para o corte de erva, restos de poda e ramagens até 10cm de diâmetro, e questionou os alunos sobre o seu manuseamento. Ainda no Patacão, os estudantes tiveram de identificar espécies arbustivas e árvores típicas das sub-regiões do Algarve (Serra, Barrocal e Litoral) e foram questionados sobre tratamentos adequados para controlar o escaravelho da palmeira, uma praga que tem vindo a dizimar grande parte da população de palmeiras em Portugal.

De regresso ao campus da FCT-UAlg deu-se início à terceira fase da competição, em que as equipas formaram consórcios de 3 equipas, os quais foram desafiados a criar um novo negócio, resultante da junção das propriedades e projetos idealizados individualmente. O plano de negócio incluiu as componentes técnica, comercial, financeira e de marketing e teve como requisito a aplicação dos princípios da Agricultura Circular. Esta foi uma das provas mais desafiantes da competição, testando a criatividade e sobretudo a capacidade de trabalho em grupo. A apresentação oral dos projetos, em formato de “pitch”, decorreu perante um júri alargado quase ao raiar do dia.

Entretanto, ao longo da noite e início da madrugada sucederam-se novos desafios. A Lipor apresentou uma prova sobre o processo de compostagem caseira e industrial e pediu aos concorrentes que identificassem os parâmetros que influenciam este processo, dando a conhecer a importância do seu composto Nutrimais na Agricultura Circular. A John Deere expôs uma gama de máquinas para trabalho em relvados e questionou os alunos sobre o funcionamento destes equipamentos. A Syngenta apresentou pulverizadores de dorso e levou os alunos a experimentar e identificar o tipo de bico de cada pulverizador e, em concreto, os bicos anti-deriva que melhoram a eficácia da pulverização e reduzem o impacto dos produtos no solo e nos lençóis freáticos. A boa gestão de resíduos de restos de caldas também foi abordada por esta empresa com uma prova teórica sobre o sistema Heliosec e, por fim, os alunos tiveram que identificar as possíveis zonas para instalar margens multifuncionais numa parcela agrícola, compostas por várias espécies de plantas que, aquando da floração, contribuem para fixar os insetos polinizadores nos campos agrícolas, aumentando a qualidade e produção das culturas.

A madrugada foi agitada por um peddy paper realizado no campus da FCT-UAlg, por uma divertida prova de Pictionary gestual alusivo à Agricultura Circular, e ainda por provas de análise sensorial a mel, determinação do teor de sólidos solúveis (°B) e da cor do sumo de citrinos, identificação das Ordens de insetos e dos vários tipos de enxertia realizados em árvores de fruto. A competição terminou às 8h de domingo e todos regressámos a casa cansados, mas com um agradável sentimento de missão cumprida.

A 5ª edição das 24H AGRICULTURA SYNGENTA já está programada para Abril de 2020 na Escola Superior Agrária de Santarém.


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