publicado a: 2017-03-07

Etiquetas das frutas e legumes substituídas por impressão laser na casca

Para substituir as etiquetas e autocolantes, uma cadeia de supermercados na Suécia recorre à gravação laser dos produtos hortícolas.

A batata-doce foi o primeiro produto submetido a este novo procedimento chamado etiquetagem natural. O objetivo da empresa sueca é reduzir o uso de plástico.

“É uma nova técnica. Queremos encontrar uma forma mais inteligente de etiquetar os nossos produtos. Há demasiado embalagens e plásticos desnecessários”, sublinhou Peter Hagg, gestor da cadeia de supermercados ICA, na Suécia.

Tal como as etiquetas tradicionais, a impressão laser indica o nome do produto, o país de origem e o código. O supermercado sueco garante que esta forma de etiquetagem não tem impacto no sabor do produto.

“O laser envia uma luz clara e faz com que os pigmentos da casca do fruto se evaporem deixando uma marca. É um processo subtil, porque a marca não atravessa a casca e o procedimento não afeta a qualidade nem o sabor do produto”, afirmou o responsável.

A batata-doce foi um dos primeiros legumes testados porque habitualmente as pessoas não consomem a casca do produto.

“A embalagem de plástico tem vantagens e, em certos casos, ajuda a aumentar o ciclo de vida de um produto , por isso, não a vemos como um inimigo, mas, nalguns casos ela é desnecessária porque não conserva melhor o produto, só acarreta custos suplementares”, admite o responsável.

O próximo passo é testar a etiquetagem laser em frutos cuja casca é comestível, como a maça.

“É a primeira vez que vejo este tipo de etiqueta, é uma abordagem mais sustentável, sou a favor”, disse Jonas Kullendorff, cliente do supermercado.

“Tenho dois filhos. Este tema é importante porque tento comprar produtos de qualidade e amigos do ambiente, acho que é uma boa técnica”, afirmou Emma Jeppsson, outra cliente.

Para as organizações de proteção do ambiente, a etiquetagem tradicional representa uma fonte de poluição importante, por isso, é essencial encontrar alternativas.

Sabemos que há uma grande quantidade de lixo produzido ao longo da cadeia de abastecimento antes da chegada dos produtos embalados às prateleiras. Os fornecedores têm tentado reduzir a quantidade de embalagens mas não chegaremos a um resultado próximo do zero senão apostarmos em embalagens biodegradáveis e naturais que não vão parar ao aterro depois de usadas”, afirmou Kierra Box, responsável da organização Friends of the Earth.

Um estudo recente indica que, se nada for feito, em 2050, haverá tanta quantidade de plástico como de peixe nos oceanos.

As tecnologias de marcação a laser para substituir as etiquetas e autocolantes da fruta foram aprovadas pela Comissão Europeia.


Fonte: Euronews

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