publicado a: 2016-07-06

É a agricultura digital o futuro dos alimentos?

E se pudéssemos cultivar alimentos deliciosos, ricos em nutrientes, em interiores, em qualquer parte do mundo? Caleb Harper, diretor do CitiFARM no MIT Media Lab, quer mudar o sistema de alimentação através da ligação entre os produtores e as novas tecnologias. Em conjunto com a sua equipa, desenvolveu um computador que pode recriar um ambiente específico em que as plantas crescem sem necessidade de solo.

Tudo aconteceu depois da viagem que Harper fez ao Japão após o desastre de Fukishima, quando a toxicidade da terra e do meio ambiente eram uma ameaça para a agricultura tradicional. Evidentemente, o ambiente ao ar livre não podia ser controlado, mas queria saber se havia alguma maneira de controlar as condições ambientais em ambientes fechados para produzir alimentos. Assim nasceu a iniciativa da Open Agriculture (OpenAg) e o Food Computer.


Do que se trata

Harper e sua equipa desenvolveram o Food Computer como o centro de controle de uma exploração agrícola digital. Tão pequeno como qualquer computador pessoal, o Food Computer utiliza tecnologias agrícolas sem terra, como a hidroponia e aeroponia, para controlar as condições climáticas dentro de uma câmara de crescimento para as plantas. Permite regular variáveis como o dióxido de carbono, a temperatura do ar, a humidade, o oxigénio dissolvido, o pH, e muito mais.

Assim, criaram uma plataforma para que os agricultores possam guardar, descarregar e reproduzir fórmulas climáticas de qualquer parte do mundo: Quando alguém diz "Eu gosto dos morangos do México", realmente gosta dos morangos do clima que os produziu. Então, se este clima dor codificado, está a ser feita uma receita, está a ser codificada a expressão dessa planta, a sua nutrição, o seu tamanho, forma, cor e textura.

Porquê importar alimentos a milhares de quilómetros, quando se pode importar o clima onde o alimento é cultivado? OpenAg vê a solução para estes e outros problemas dos alimentos ou da mudança climática num computador, conectado em rede e com um sistema agrícola informatizado. E isto, como Harper vê, é o futuro dos alimentos.


Fonte: Conéctica

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