Scirtothrips aurantii

Breve descrição
Esta praga foi detetada pela primeira vez em Portugal em 2022.
Este é um momento crucial para o controlo deste inimigo. É uma praga originária de África, mas que se encontra presente na Europa e Austrália (climas tropicais, subtropicais e mediterrânicos são os preferidos). A dispersão de adultos com o auxílio do vento é uma hipótese, no entanto estudos efetuados referem que os ataques fortes ocorridos no inicio das temporadas são originados por tripes que hibernam na parcela.
Esta é uma espécie bastante polífaga (mais de 70 hospedeiros conhecidos). No Algarve deveremos ter especial atenção a diospiros, vinha, romã, framboesa, mirtilo e citrinos. Aqui apesar de todas as espécies serem suscetíveis de sofrerem ataque, são as variedades do grupo Navel as mais apetecíveis.
São os adultos e larvas que causam os estragos ao alimentarem-se de folhas jovens ou da superfície do ápice dos jovens frutos. Ao completar o segundo estádio larvar, as larvas procuram o solo onde vão pupar.
O ciclo de vida deste inimigo pode completar-se entre 18-44 dias no Verão e Inverno respetivamente. Cada fêmea coloca entre 0,4-1,2 ovos dia.
Sintomas e danos
A diferença para algumas outras tripes prende-se ao facto de este género poder causar estragos, tanto em folhas como em frutos jovens. O principal dano deve-se ao facto de tanto os adultos como as larvas se alimentarem das células epidérmicas dos frutos jovens. As marcas normalmente iniciam-se nas zonas próximas do cálice onde este inimigo se refugia. Conforme o fruto aumenta de tamanho a as marcas expandem, aparecendo cicatrizes que muitas vezes formam uma circunferência ao redor do pedúnculo. No entanto muitas vezes estes danos podem ser confundidos com roçamentos ou prejuízos causados por Pezothrips kellyanus.
Nas folhas os danos podem ser causados tanto por larvas como por adultos. As áreas afetadas cessam o seu crescimento, ficando deformadas.
Controlo
O controlo químico deve ser utilizado somente a partir da fase final da floração quando ¾ das pétalas caíram, com um dos produtos autorizados. No caso dos citrinos autorizados estão os ácidos gordos e espirotetramato. Considerando finalmente que, no caso dos citrinos, apenas duas s.a. foram consideradas, é possível extrapolar para a espécie Scirtothrips aurantii, a utilização de substâncias ativas (e respetivos produtos fitofarmacêuticos) identificadas no âmbito de uma estratégia de controlo químico para controlo deste inimigo em citrinos com base em ensaios efetuados pelo IVIA, apresentado pela “Generalitat Valenciana”, em Espanha, designadamente: - acetamiprida; flonicamida nas condições aprovadas para uso no controlo de afídeos e óleo parafínico nas condições aprovadas para controlo de cochonilhas, no período compreendido desde 70% da queda das pétalas até 40% do tamanho final do fruto (3-5-cm Ø).
Um artigo de:
Carlos Rodrigues