publicado a: 2019-01-22

(DRAPLVT) Estado das culturas e previsão das colheitas - Dezembro 2018

DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DE LISBOA E VALE DO TEJO

DIVISÃO DE AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL

ESTADO DAS CULTURAS E PREVISÃO DE COLHEITAS
31 Dezembro 2018


1. Estado do tempo e sua influência na agricultura em geral
Durante o mês de dezembro o tempo esteve maioritariamente seco e quente para a época.
Efetivamente só se registou precipitação entre os dias 12 e 18 sendo que os valores da precipitação acumulada durante o mês se situaram por valores da ordem dos 20-30 mm, ou seja, inferiores a 30% do normal para a época.
As temperaturas mantiveram-se muito amenas, especialmente durante a primeira quinzena, com vários dias em que a temperatura máxima ultrapassou os 20ºC. Se bem que em alguns dias se sentissem acentuados arrefecimentos noturnos as temperaturas mínimas diárias durante a maior parte mês mantiveram-se por valores pouco inferiores aos 10ºC.
Embora se tenham registado vários dias com neblina ou nevoeiro matinal a insolação foi em geral forte a partir do meio da manhã.
Durante o período o vento esteve em geral fraco.
No final do mês em zonas mais abrigadas e interiores há noticia da ocorrência de alguns dias com formação de geada, mas poucos e sempre geadas fracas.
As condições de estado do tempo permitiram que os trabalhos de campo manuais, em especial podas de vinhas e pomares e colheita de azeitona tenham decorrido com normalidade. O mesmo se pode dizer quanto a outras intervenções tal como a colheita de hortícolas.
Apesar da pouca precipitação ocorrida e a evapotranspiração foi reduzida pelo que na generalidade no final do mês as sementeiras de cereais praganosos ainda não se tinham iniciado.

2. Fitossanidade: pragas e doenças; intensidade e frequência dos ataques; oportunidade e eficácia dos tratamentos efetuados; prejuízos causados para além do normal.
Em termos fitossanitários considera-se a situação normal. Todavia há referencia a alguns casos de citrinos atacados de mosca do Mediterrâneo (ceratitis capitata) para além do normal o que se justifica pela manutenção prolongada de temperatura alta (acima de 10ºC).

3. Prados, pastagens e culturas forrageiras: estado vegetativo das pastagens de sequeiro, prados de regadio e forragens anuais; condições de alimentação das diferentes espécies pecuárias, importância do contributo de forragens verdes, fenos, silagens e rações industriais relativamente a igual período do ano anterior.
Apesar de desenvolvimento reduzido durante o mês de dezembro, as áreas de pastagem espontâneas e semeadas de sequeiro apresentam desenvolvimento vegetativo que já suporta o pastoreio das espécies pecuárias exploradas em regime extensivo.
Nos prados de regadio e nas forragens anuais semeadas, a ausência de geadas tem favorecido o desenvolvimento das espécies mais exigentes em temperatura, mas relativamente ao ano anterior o desenvolvimento é, no entanto, muito inferior.
Na maioria dos casos os efetivos pecuários em regime extensivo continuaram a ser suplementados com alimentos conservados durante todo o mês, mas em quantidades que se podem considerar normais nesta época do ano.

4. a) Sementeiras de cereais praganosos: como decorreram, como germinaram; aspecto vegetativo das searas, variação de áreas semeadas relativamente ao ano anterior, motivos da variação caso se tenha verificado
Durante o mês de dezembro iniciaram-se as sementeiras de cereais praganosos, principalmente trigo mole, mas as áreas semeadas no final do mês eram ainda muito reduzidas.
Nas áreas semeadas a germinação decorreu normalmente e apresentam bom estado vegetativo.
Há informação de existirem encomendas de sementes de trigo e cevada superiores ao ano anterior, mas como as sementeiras ainda estão muito no inicio é cedo para estimar a variação de áreas semeadas relativamente ao ano anterior pois vai depender muito das condições do estado tempo durante o mês de janeiro.

5. b) – Culturas arbóreas, nomeadamente pomares de citrinos e olivais de azeitona de mesa azeitona para azeite: estado vegetativo e produção quanto aos aspectos de qualidade e quantidade.
Os pomares de citrinos apresentam-se com desenvolvimento vegetativo normal e com frutos abundantes.
Nos olivais a colheita da azeitona nos olivais tradicionais (sobretudo variedade Galega) concluiu-se durante o mês de dezembro. Nos olivais mais intensivos a colheita deverá prolongar-se até meados de janeiro.
Como já se referiu no relatório de novembro verifica-se nesta campanha uma quebra acentuada na quantidade de azeitona colhida relativamente ao ano anterior e quebra também no rendimento de azeite, mas os azeites produzidos são na sua grande maioria de muito boa qualidade.

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