publicado a: 2023-05-18

FNAP: "Apicultores portugueses esquecidos pelo Ministério da Agricultura"

Meados de Maio de 2023 e Portugal vive, novamente, uma situação de seca. Para a grande maioria dos apicultores portugueses o ano está já perdido. A Primavera, época de produção apícola, ficou marcada pelo mais quente Abril de sempre. A onda de calor secou os matos e as pastagens apícolas. Será o segundo ano consecutivo com quebras de produção, as quais podem atingir 80% nalgumas regiões. Se 2022 foi um ano para esquecer, 2023 perspetiva-se ainda mais difícil para os mais de 10.000 apicultores que, de Norte a Sul, insistem em manter as suas colmeias em produção, num contexto de aumento do preço dos medicamentos e da alimentação para as abelhas.

Apesar deste panorama sombrio e ameaçador, os apicultores e as suas organizações têm sido confrontados com a mais completa inação por parte do Ministério da Agricultura e Alimentação. Enquanto todas as restantes atividades pecuárias são apoiadas, significando isso a sobrevivência de muitas explorações, os apicultores portugueses deparam-se com um PEPAC que os ignora por completo, e que foi preparado ao arrepio dos contributos e das propostas das suas organizações:

  • A Ajuda Agroambiental existente no PDR 2020 foi extinta, quando devia ter sido melhorada, amplificado o seu âmbito e reforçada financeiramente – é esta a PAC mais verde de sempre?;
  • O Ecorregime integrado na intervenção A.3.6 - Práticas promotoras da biodiversidade destina-se exclusivamente a agricultores e não apoiará diretamente um único apicultor – estando para ser avaliado o seu impacto indireto na atividade apícola!;
  • Os apicultores são os únicos produtores em Modo de Produção Biológico excluídos dos apoios previstos na intervenção A.3.1 Agricultura biológica (Conversão e Manutenção);
  • O Programa Nacional de Apoio ao Setor Apícola (PNASA) 2023, cujo orçamento anual é de 4, 4 milhões de Euros, iniciou-se a 01 de janeiro e terminará a 31 de julho de 2023, mas ainda não foi aprovada uma única candidatura, tão pouco se vislumbra quando tal possa acontecer. Com tão apertado calendário, a FNAP antecipa uma execução orçamental muito abaixo daquela que seria desejável.


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