publicado a: 2019-07-30

Associação de Olivicultores do Sul​: Ataque ao olival é infundado e puramente ideológico

Se o Alqueva multiplicou por dez a riqueza da região do Alentejo, o olival e a produção de azeite não podem ser dissociados deste contributo.

Não há outra forma de o dizer. Os recentes ataques contra a agricultura moderna e, em particular, contra o olival na região de Alqueva são injustificados e desprovidos de quaisquer evidências. Pior ainda, associam os olivicultores a más práticas de gestão agrícola e de recursos naturais, chegando a pôr em causa o contributo deste sector para o país.

O facto de, nos últimos anos, se ter modernizado o modo de produção da cultura do olival em nada perturbou a importância da oliveira – pelo contrário. Na região do Alentejo, esta modernização permitiu, entre 1998 e 2015, que um aumento de 1,17 vezes da área de olival multiplicasse por sete a produção regional de azeite.

Como consequência deste espectacular aumento da produção passámos a dispor de mais azeite português no mercado e afirmámo-nos como um importante player a nível mundial. Os azeites portugueses ganham prémios internacionais ano após ano e os olivais no Alentejo tornaram-se uma referência mundial de produção eficiente e de respeito pelo meio ambiente.

A riqueza que o olival e a produção de azeite geram é inequívoca. Se o Alqueva multiplicou por dez a riqueza da região do Alentejo, o olival e a produção de azeite não podem ser dissociados deste contributo.

Em relação a outro dos temas que tem servido de arma de arremesso contra o sector, o olival faz um uso eficiente da água, permitindo a expansão do Alqueva. O facto de se poder regar apenas quando necessário permitiu enormes ganhos de produtividade.

O olival é uma cultura mediterrânica, autóctone em Portugal e, por isso, bem adaptada ao nosso clima e solos. As suas exigências de água e de adubos ou fitofármacos são muito menores quando comparadas com outras espécies. Ao contrário do que tem sido propalado, a produção mais intensiva permite fazer uma poupança de água, solo, adubos ou fitofármacos, através de meios eficientes e cada vez mais controlados.

O regadio contribui não só para a sobrevivência e produtividade das culturas, como para o aumento da humidade relativa do ar e diminuição da sua temperatura média, com importantes efeitos na preservação dos ecossistemas do Alentejo – os agricultores são os principais interessados na preservação dos ecossistemas onde trabalham.

Sendo uma cultura permanente e com grande vigor vegetativo, os olivais modernos acabam por contribuir para o combate aos efeitos das alterações climáticas, pela intensa fixação de carbono da atmosfera.

É incompreensível a recente campanha contra o olival. Apenas se pode concluir que estes ataques são motivados por posicionamentos ideológicos com fortes tendências proibicionistas. Lamentamos profundamente que esta extraordinária evolução seja colocada em causa por pressões e discursos demagógicos e infundados.

Quem está contra o olival na área de intervenção do Alqueva está contra, certamente, o Alentejo e o seu desenvolvimento, imprescindíveis para a captação de investimento, de empregos, de novos residentes e também para a fixação da actual população.

Presidente da Olivum – Associação de Olivicultores do Sul

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