publicado a: 2015-10-12

Jovens prometem triplicar produção de cereja em Alfândega da Fé

A Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé distribuiu 25 hectares de terrenos por jovens agricultores que prometem triplicar a produção de cereja dentro de seis anos no concelho transmontano.

Quatro projetos, três individuais e uma sociedade, foram selecionados no concurso lançado para atrair jovens para aquela que é uma das produções mais emblemáticas deste concelho do distrito de Bragança.

O presidente da cooperativa, Eduardo Tavares, explicou à Lusa que estes novos investidores «estão empenhados em práticas inovadoras, num modo mais intensivo de produção» que, «daqui por seis anos poderá triplicar» as atuais «60 a 80 toneladas» produzidas neste concelho do distrito de Bragança.

Os jovens vão pagar uma renda anual de 250 euros por hectare durante 20 anos, segundo os contratos celebrados com a cooperativa que vão aumentar «em 25 por cento» a área de cerejal.

Adriano Andrade é um dos seleccionados e aos 27 anos, com formação em Agronomia, prepara-se para investir meio milhão de euros em projetos de cerejais nesta zona de Trás-os-Montes.

Segundo contou à Lusa, já tem em curso, em sociedade, um projeto no Vale da Vilariça que só entrará em exploração «daqui a três anos» e vai avançar com outro pomar, nas proximidades, em Alfândega da Fé, no âmbito deste desafio da cooperativa agrícola, que consolidou a decisão de ter trocado a zona do Porto, pela terra natal.

Já Gil Freixo nunca saiu desta zona, sempre se dedicou à agricultura e aos 37 anos tem 50 hectares de nectarinas e pêssego no Vale da Vilariça. Como disse à Lusa, já planeava expandir o negócio para a cereja e o concurso da cooperativa de Alfândega da Fé ajudou a concretizar o projeto com 11 hectares de terra. Começou a trabalhar novo na agricultura e com uma «experiência de 20 anos» garante que «vale a pena» e quer diversificar o seu produto.

A cooperativa agrícola pretende acompanhar os novos investidores com um projeto para a plantação de «mais 10 a 15 hectares» de pomares de cereja, que ainda vai candidatar a fundos comunitários.

Esta entidade é a responsável pela maior mancha de cerejais do concelho e pela maior parte da produção anual. Alfândega da Fé não é dos maiores produtores de cereja do país, mas este fruto tornou-se na imagem de marca graças àquele que é apelidado de “pai” da agricultura transmontana, o engenheiro Camilo Mendonça, que entendeu que este concelho era o ideal na região transmontana para apostar neste fruto.

Uma nova dinâmica é o que espera a presidente da Câmara, Berta Nunes, com os novos projetos de jovens agricultores. «Alguns jovens vêm fixar-se, o que é importante do ponto de vista do despovoamento», defendeu, concretizando que entre os selecionados com terras está uma jovem licenciada em arquitetura que, desta forma, regressa ao concelho de origem para apostar na cereja.


Fonte: Lusa via Confagri

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