publicado a: 2020-06-05

Syngenta leva Operation Pollinator à cidade de Lisboa

Felisbela Campos, responsável de assuntos corporativos da Syngenta em Portugal

A Syngenta celebra hoje o Dia Mundial do Ambiente com a instalação de um refúgio para polinizadores na “Capital Europeia Verde”. Lisboa é a primeira cidade portuguesa a acolher o Operation Pollinator, um programa internacional de proteção dos polinizadores, conservação e incremento da biodiversidade.

A Syngenta lançou um desafio à Câmara Municipal de Lisboa para instalar margens multifuncionais e “hotéis” (refúgios de nidificação) para polinizadores em espaços verdes da cidade, no âmbito do seu programa “Operation Pollinator”. O repto foi prontamente aceite pela autarquia e o projeto arrancou esta Primavera no Jardim/Rotunda Eduardo Prado Coelho, nos Olivais, onde está instalada a primeira zona multifuncional “Operation Pollinator”.

Trata-se de uma zona verde semeada com uma mistura de sementes composta por trevos, ervilhaca, tremocilha, coentros, sanfeno e colza, com floração escalonada, onde os insetos polinizadores encontram uma fonte de alimento (pólen e néctar) e um local de refúgio ao bulício da cidade. Hoje, Dia Mundial do Ambiente, foi dado mais um passo na concretização deste projeto, com a instalação de um “hotel” (refúgio) para polinizadores nesta margem multifuncional, local que tem um grande potencial de vir a tornar-se um hotspot de biodiversidade.

O refúgio oferece um local de nidificação para diferentes espécies de polinizadores, como as abelhas-corta- folhas ou as abelhas-pedreiras, que nidificam em cavidades pré existentes. Madeira, tijolo ou canas são alguns dos suportes naturalmente utilizados e, por isso, usados na construção do “hotel”, bem como elementos de cortiça, que contribuem para um maior conforto térmico das espécies. Do ponto de vista operacional, o refúgio foi colocado virado a Este, podendo receber os primeiros raios de sol, mas estando protegido no momento de maior calor.

Andreia Valente, bióloga responsável pela construção do refúgio para polinizadores, explica a importância desta infraestrutura: «por vezes, a limitação à fixação espécies de abelhas solitárias num dado local não se prende com a falta de alimento, mas com a indisponibilidade de abrigo. A colocação de um refúgio vem dar resposta a esta questão, fomentando a presença continuada destes polinizadores». A investigadora acrescenta que «estes insetos são fundamentais à manutenção de ecossistemas saudáveis e resilientes, prestando um serviço de ecossistemas que se encontra em declínio e do qual dependem numerosas espécies, silvestres e agrícolas: a polinização. A resposta a desafios tão grandes como a perda de polinizadores, não carece somente de medidas globais. Conhecendo a ecologia destes animais, esta ação procura contribuir, localmente, para responder a este problema».

Mais de 75% das culturas agrícolas e mais de 85% das plantas não cultivadas dependem da polinização por insetos (abelhas, borboletas e outros polinizadores) para se reproduzir e frutificar. A importância dos polinizadores no meio urbano tem vindo a ser reconhecida de forma crescente nos últimos anos. Várias cidades europeias estão a adotar medidas para aumentar as populações de insetos polinizadores nos seus espaços verdes.

O objetivo da parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Syngenta é levar uma amostra de uma paisagem multifuncional do campo para a cidade, contribuindo para sensibilizar a população, e em concreto a comunidade educativa, para o papel crucial dos polinizadores na agricultura e na alimentação. Replica-se uma prática que tem sido adotada por muitos agricultores de Norte a Sul do país, que instalam estas margens funcionais nos limites das suas propriedades.

«A instalação de margens funcionais em agricultura começou em 2001 como um projeto de investigação no Reino Unido, onde a Syngenta esteve envolvida desde o início, e que hoje é conhecido como Operation Pollinator e está presente em dezenas de países na Europa. Em Portugal, estamos no 11o ano de implementação deste programa, com exemplos em explorações agrícolas de referência», explica Felisbela Campos, responsável de assuntos corporativos da Syngenta em Portugal.

O programa Operation Pollinator é validado cientificamente por investigadores de universidades nos vários países onde está implementado, no caso português conta com a participação de uma equipa de entomólogos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que procede ao levantamento e estudo das espécies e famílias de insetos presentes nas margens multifuncionais, avaliando o seu impacto no estímulo da biodiversidade.

Em 2013 este projeto foi integrado no programa de compromissos da Syngenta com a agricultura sustentável - “The Good Growth Plan”. Desde essa data a empresa ultrapassou as metas a que se tinha proposto, beneficiando 8,2 milhões de hectares de terrenos agrícolas pelo Operation Pollinator, em 41 países, e na Península Ibérica já são mais de 16.000 hectares.

A Syngenta recorda o trabalho que tem vindo a realizar há mais de uma década com diversos parceiros, muito antes da divulgação da Estratégia de Biodiversidade, apresentada a 20 de Maio pela Comissão Europeia, que propõe medidas para colocar a biodiversidade da Europa na via da recuperação até 2030, nomeadamente, fazendo regressar os polinizadores aos terrenos agrícolas.

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